Embaixador dos EUA faz lobby no Congresso brasileiro
Foto: Daniel Marenco | Agência O Globo
Nelson Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, participou de uma reunião virtual com o embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, na semana passada.
Chapman queixou-se do tempo médio que o Brasil leva para analisar pedidos de registros de novos medicamentos.
Disse que a embaixada dos EUA identificou que um produto demora em média um mês para ser liberado na Argentina, mas no Brasil o mesmo processo pode perdurar por mais de um ano.
E adotou um discurso alarmista: disse que a lentidão provocada pela burocracia pode ser mortal para o Brasil na hora em que aparecer uma vacina contra a Covid-19 no mercado internacional.
Nelson Trad ouviu e levou o assunto a Ernesto Araújo dias depois. Até aí, quase tudo certo.
Sem dúvida, há de se encurtar os prazos de análise de produtos laboratoriais no Brasil. Isso é uma coisa.
Porém, obviamente, o processo tradicional não se aplicaria a eventuais soluções de combate ao coronavírus que venham a surgir.
Na certa, nesse caso, etapas queimadas para que tais mercadorias chegassem ao mercado em tempo mais reduzido.
Chapman sabe disso. Estava, entretanto, fazendo lobby para a indústria farmacêutica de seu país, parte do trabalho de um embaixador.