Flávio Bolsonaro diz que “distensionamento” será “permanente”

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Foto: Jorge William / Agência O Globo

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que a nova postura de “distensionamento” adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, seu pai, será permanente. Ao GLOBO, Flávio disse que Bolsonaro evitará atritos com outros poderes mesmo quando sair da reclusão imposta por causa da contaminação pelo novo coronavírus.

— Essa postura de distensionamento não vai ser provisória. Vai ser permanente. Eu não confio muito em pesquisas, mas essa subida na imagem do governo em levantamentos recentes é efeito do distensionamento. O presidente está consciente de que isso é importante e quer manter um diálogo aberto com todos. Menos atritos com o STF, com o Legislativo… Rusgas são muito ruins. Ninguém quer uma ruptura.

Segundo Flávio, a redução nas declarações polêmicas do presidente também foi avaliada como positiva pelo Planalto.

— Quando não há polêmica para a mídia repercutir, acaba que as realizações do governo se sobressaem. A agenda positiva do Brasil fica em evidência — disse.

Após uma série de gestos de aproximação do Palácio do Planalto em direção ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes da ala ideológica do governo e parlamentares alinhados ao grupo passaram a admitir a perda de espaço e a reclamar da guinada do presidente.

Na terça-feira, o assessor especial Filipe Martins escreveu em uma rede social que o governo tem permitido “que o discurso político-ideológico que lhe dá sustentação seja enfraquecido” e substituído por “uma forma de neutralismo tecnocrático”, em referência ao atual protagonismo dos militares.

Na última segunda-feira, o ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), Augusto Heleno, afirmou que Bolsonaro busca “conciliação” e age como um “poder moderador”. O comentário foi feito durante entrevista à rádio Joven Pan, quando Heleno foi questionado sobre a reação branda do governo federal à declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o Exército estar se associando a um “genocídio”.

A negociação com o centrão para buscar apoio político no Congresso e a busca de pontes com o Judiciário foram medidas adotadas pelo governo para evitar um isolamento político. Bolsonaro busca evitar tanto o risco de impeachment, quanto de cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como apoio para levar adiante propostas do seu governo sem que elas sejam barradas pelo STF.

O Globo