Gilmar Mendes liberou verbas na Saúde, diz procuradora
Foto: Nelson Jr. / SCO / STF / CP
A procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo Élida Graziane diz ter notado nos dados de repasses de verbas da Saúde para estados e municípios um possível ‘efeito Gilmar Mendes’, em alusão às críticas feitas pelo ministro do STF à gestão de Eduardo Pazuello.
Nesta quarta-feira (15), o Ministério da Saúde liberou R$ 4,977 bilhões para estados e municípios para o combate ao coronavírus.
O valor, segundo notou a procuradora, equivale a 42% de tudo o que havia sido liberado até então, desde 18 de março, quando Jair Bolsonaro baixou o decreto de calamidade pública em razão do coronavírus.
“A pressão do Ministro Gilmar Mendes parece ter chegado à execução orçamentária do Ministério da Saúde”, escreveu Élida em uma rede social.
De ontem pra hoje houve pagamento de quase R$5 bilhões em créditos extraordinários abertos para o enfrentamento sanitário da pandemia da Covid-19.
Crescimento de praticamente 42% do ritmo de execução da despesa na ação 21C0 em um só dia… Por que será? Vejam as datas das fotos pic.twitter.com/QUKLHtc7jS— Élida Graziane (@elida_graziane) July 15, 2020
O repasse coincidiu com o aniversário de dois meses do general Pazuello no cargo.
Em live nesta quinta (16), sobre pacto federativo e as finanças estaduais, o ministro Gilmar Mendes comentou conversa que teve com o economista José Roberto Afonso, especialista em contas públicas, sobre a liberação de verbas da véspera.
“Zé Roberto me chamava atenção, que talvez um subproduto dessa querela com o Ministério da Saúde ou com a gestão do Ministério da Saúde é que nós tivemos de súbito a liberação de recursos que estavam travados. Se disse brincando que era efeito positivo da polêmica Gilmar x Ministério da Saúde”, afirmou Gilmar.
“Não é possível que essas coisas ocorram ao acaso, é preciso que haja regularidade, fundamentalmente na área da saúde”, concluiu o ministro.