Ministros infectados por Bolsonaro se dividem

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Foto: AFP / Miguel SCHINCARIOL

Após testar positivo para o novo coronavírus e sem intenção de suspender a agenda, o presidente Jair Bolsonaro adotou a videoconferência para manter as reuniões com os integrantes de sua equipe. A confirmação de que o chefe do Executivo foi infectado mudou o ambiente no Planalto. O entra e sai de ministros e assessores praticamente cessou, e muitos servidores, que ainda realizam o trabalho presencial, evitam circular pelo prédio.

Ao todo, 108 servidores da Presidência tiveram a doença desde o começo da pandemia, sendo que 77 já se recuperaram. Ao longo do dia de ontem, o primeiro em isolamento, Bolsonaro encontrou-se com quatro ministros, por videochamada. Ele reuniu-se com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo; Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; interino da Educação, Antônio Vogel; e Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

Entre os ministros, a equipe está dividida em relação aos cuidados para que outras pessoas não corram o risco de infecção. Há deles que, mesmo com teste negativo para o novo coronavírus, estão trabalhando de casa, por precaução. Já outros cumpriram agenda normalmente. Casos de Luiz Eduardo Ramos e Fernando Azevedo, que tiveram contato com o presidente na última segunda-feira e no sábado, respectivamente. O ministro da Defesa fez o exame na terça-feira, com resultado negativo.

Segundo assessoria de imprensa, Azevedo continua cumprindo agenda na pasta, mas redobrou os cuidados, usando máscara o tempo todo, mantendo distância segura das pessoas e priorizando as videoconferências. Ele despachou do ministério e reuniu-se com representantes da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), além de ter participado de duas videoconferências, com o presidente e com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.

Já o general Ramos teve reunião com o ministro Braga Netto (Casa Civil) e com os deputados federais Sidney Leite (PSD-AM) e Paulo Magalhães (PDS-BA), além do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo na Casa. A assessoria do ministro informou que ele fez o teste rápido na terça-feira e deu negativo.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o advogado-geral da União, José Levi, por sua vez, adotaram o isolamento. Araújo recebeu o resultado ontem à tarde. Deu negativo. Ele cumpriu agenda em casa. No sábado, ele acompanhou Bolsonaro ao almoço na residência do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman.

José Levi, por sua vez, teve resultado negativo para os dois exames (teste rápido e RT-PCR), mas, ainda assim, está trabalhando de casa desde a última terça-feira, “sem nenhum prejuízo às respectivas atividades funcionais”, informou a assessoria do AGU. Ele encontrou-se com o presidente na última segunda-feira.

Já o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o secretário especial da Cultura, Mário Frias, tiveram resultado negativo nos testes e continuam cumprindo as agendas. Frias esteve com Bolsonaro na segunda-feira, e Álvaro Antônio, em 30 de junho. O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um teste com resultado negativo, na semana passada. De acordo com recomendação médica, porém, cumpre agenda por videoconferência e fará um novo exame em quatro dias, para assegurar que não está infectado.

Primeira-dama
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República continua sem informar o resultado do exame feito pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou, na terça-feira, que mulher havia feito o exame. O Correio entrou em contato com a Secom nos últimos dois dias, mas não obteve resposta.

Correio Braziliense