Plágio admitido por Moro pode lhe trazer problemas

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Foto: Ruy Baron/Valor

Sem receber um pedido de desculpas do ex-ministro Sergio Moro, o advogado Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos ainda não deu por encerrado o caso em que teve trechos de um artigo que escreveu plagiados em texto assinado pelo ex-juiz e uma aluna dele na Unicuritiba. “Plágio é sério. Mais do que nunca vemos isso, pela saída do ministro da Educação”, afirma Lemos, lembrando da passagem-relâmpago de Carlos Decotelli pelo MEC. O economista teve trechos copiados apontados em sua tese de mestrado.

Para Lemos, que publicou artigo em defesa do livre exercício da advocacia no site ConJur em setembro de 2019 e encontrou trechos de sua autoria no texto de Moro em coautoria com a advogada Beathrys Ricci Emerich, o desfecho do caso até agora é injusto. O ex-ministro responsabilizou a aluna pelo erro e informou que a redação do artigo foi integral dela, com ele tendo atuado apenas como orientador.

Despublicado da revista científica da Unicuritiba após o Metrópoles revelar o caso, no último dia 26 de junho, o artigo voltou com correções e um pedido de desculpas redigido por Beathrys Emerich. Marcelo Lemos agora é creditado entre as referências.

Para o advogado, porém, coautoria está ligada a corresponsabilidade. “O slogan tão aclamado por ele, ‘faça a coisa certa sempre’, não se aplicaria ao caso?”, questiona Lemos. “Fazer a coisa certa, nesse ponto, é não deixar recair sobre a coautora, jurista recém-iniciada na vida acadêmica, todos os efeitos havidos por ocasião das cópias”.

Lemos agora diz que “as questões jurídicas ainda estão sendo avaliadas” apesar de não querer entrar na Justiça. O que ele segue cobrando é um pedido expresso de desculpas.

“Fiquei surpreso com a forma de tratamento da situação, fundamentalmente pela imputação exclusiva de culpa a alguém que não era integralmente responsável pelo problema e que fez o papel que dela era esperado, a retratação”, critica ele em conversa com o Metrópoles.

O advogado também expôs seu descontentamento em novo artigo no ConJur.

O ex-ministro foi procurado, mas decidiu não se manifestar sobre a insistência de Lemos em uma retratação.

Metrópoles