Presidente argentino pode ter desligado live na cara de golpista boliviana
Foto: Diego Vara
A interrupção repentina da participação da Argentina na cúpula do Mercosul nesta quinta (2) criou constrangimento entre autoridades brasileiras, que acreditam que o corte foi proposital.
Cada presidente do bloco fez um breve discurso, na seguinte ordem: Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai. Em seguida, falariam os presidentes de países convidados: Bolívia, Chile e Colômbia.
Quando a presidente boliviana Jeanine Áñez começou a falar, a transmissão da Argentina caiu e não voltou mais.
Membros do governo brasileiro que acompanhavam Jair Bolsonaro na teleconferência dizem que, antes da imagem ser cortada, foi possível ver o presidente argentino, Alberto Fernández, levantando-se e indo embora.
Jeanine assumiu a Bolívia sob contestação no ano passado, em meio a uma grave crise institucional provocada por denúncias de fraude na reeleição (pela quarta vez) do então presidente Evo Morales.
Ele renunciou e deixou o país após atentados contra sua casa, de familiares e de aliados políticos e se refugiou no México e depois na Argentina, onde recebeu guarida de Fernández, cuja orientação política é próxima à de Evo e, no Brasil, à do PT.
Um dos momentos mais esperados nesta cúpula era o encontro de Fernández e Bolsonaro, após divergências explícitas entre os dois mandatários.
No passado, Bolsonaro disse mais de uma vez que preferia o ex-presidente Mauricio Macri no governo da Argentina. Eleito, Fernández tirou fotos fazendo com as mãos o L de Lula.
Em seu discurso, nesta quinta (2), Fernández deu uma alfinetada no léxico diplomático. Chamou a todos os presidentes do Mercosul pelo nome, menos Bolsonaro.