Sete capitais reduziram infecções e mortes por covid19
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Nas últimas semanas, o Brasil atingiu um platô no número de casos e mortes por coronavírus. Mas sete capitais conseguiram manter de forma considerável a curva de novos casos da doença em queda no último mês. São elas: Fortaleza, Rio de Janeiro, Maceió, Macapá, Porto Velho, Rio Branco e Manaus.
As duas capitais nordestinas, Fortaleza e Maceió, tiveram uma redução média de 30% no número de casos do último mês. A taxa foi calculada com base na média móvel nesses locais (a média móvel é calculada a partir da soma do número de casos e mortes nos últimos sete dias, dividida por sete, número de dias do período contabilizado). Fortaleza saiu de uma média móvel de 376, em 17 de junho para 261,1 nesta sexta-feira, 17 de julho. A cidade está em queda constante e talvez seja o melhor exemplo da região de capital onde a doença se encontra em um momento de maior controle.
Já em Maceió, a média móvel de infectados saiu de 367 para 260,1. No mesmo período, a média móvel de mortes nesses locais caiu de 50,9 para 16,9 em Fortaleza e de 10,1 para 3,4 em Maceió. Fortaleza chegou a ocupar a primeira posição do ranking de cidades com o maior número de óbitos proporcionalmente à população.
O Rio de Janeiro é a única capital do Sudeste que conseguiu de fato reduzir expressivamente a curva de casos e mortes por Covid-19. Na capital paulista, por exemplo, houve uma queda nos novos contágios, mas a curva aponta mais para uma estabilização do que uma queda expressiva, como aconteceu na capital fluminense, onde a média móvel de casos caiu de 1002,6 há cerca de um mês para 238,4 nesta sexta-feira. As mortes também despencaram, de 89,6 para 52,4.
A cidade é considerada um caso a ser estudado por especialistas, já que a curva de casos se manteve descendente mesmo após a flexibilização em um período em que a taxa de contágio – quantidade de pessoas para quem um infectado pode transmitir o vírus – ainda era considerada elevada (acima de 1).
A região Norte concentra a maior parte das capitais que são um exemplo de queda consistente na curva da Covid-19. Macapá, capital do Amapá, viu a média móvel de novos casos sair de 268,3 em 17 de junho para 148,7 um mês depois. Já a média móvel de novos óbitos caiu de 4,4 para 3,7.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, a média móvel de novos casos caiu de 341 para 203 e a mortes, de 8,7 para 6,6. A capital do Acre, Rio Branco, apresentava média móvel de 124,6 há um mês e chegou a 54,3 nesta sexta-feira 17. A média móvel do número de mortes diminuiu de 4,6 para 3.
Por fim, Manaus, que teve o sistema de saúde fortemente abalado pelo alto número de pacientes, parece ter conseguido controlar a epidemia. Em Manaus, que enfrentou colapso no sistema de saúde e precisou usar valas comuns como forma de acelerar os sepultamentos, os casos caíram de 257,7 para 168,7 no último mês e as mortes de 18 para 9.
O ponto em comum entre todas essas capitais é que elas registraram os primeiros casos de coronavírus em março, logo no início da pandemia no país e viram sua curva de contágio ascender em pouco tempo, entre abril e maio. Além disso, após atingirem o pico, apresentaram uma queda constante na curva, até que ela começasse a se estabilizar, o que indica controle da epidemia. Ao contrário da curva do Brasil, por exemplo, que chegou ao platô, mas não apresentou queda na curva.
Nos últimos dados disponibilizados, nesta sexta-feira, 17, o Ministério da Saúde registou 34.177 novos casos e 1.163 novas mortes. No total, são 2.046.328 casos e 77.851 mortes confirmados em todo o todo o território nacional. A média móvel de´novos casos no país nesta sexta-feira é de 35071,6 e a de mortes 1064,7.
A média móvel semanal é calculada a partir da soma do número de casos e mortes nos últimos sete dias, dividida por sete, número de dias do período contabilizado – o que permite uma melhor avaliação ao anular variações diárias no registro e envio de dados pelos órgãos públicos de saúde, problema que ocorre principalmente aos finais de semana. O valor final, comparado com as últimas semanas e meses, dá uma noção mais ampla do aumento ou diminuição do contágio.