Trump tenta resolver queda nas pesquisas com dinheiro

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Foto: Nicholas Kamm/AFP

Donald Trump está correndo atrás do prejuízo na corrida pela sua reeleição. Atrás do oponente democrata, Joe Biden, por 15 pontos percentuais entre eleitores registrados, segundo a pesquisa mais recente da ABC News/The Washington Post, o presidente dos Estados Unidos dobrou os gastos com sua campanha em junho, desembolsando mais de 50 milhões de dólares.

Trump enfrenta os desafios da pandemia de coronavírus e do movimento anti-racista, acentuado por protestos em todo o país em resposta à morte de George Floyd por um policial branco. Ao mesmo tempo, Biden usa as muitas críticas feitas à gestão atual para abrir vantagem. Com o intuito de recuperar sua popularidade, o republicano gastou mais de 41 milhões de dólares em anúncios de televisão e propagandas digitais, que atacaram Biden por sua idade, 77 anos, e seu histórico em relação à China.

Na quarta-feira passada, a menos de quatro meses da eleição, Trump também decidiu substituir seu gerente de campanha, Brad Parscale, em mais uma tentativa de melhorar sua imagem perante aos eleitores. Parscale mantinha a posição desde fevereiro de 2018.

Mesmo assim, a dianteira do democrata vem crescendo continuamente, apesar do investimento do presidente em propaganda eleitoral. Em outra pesquisa entre eleitores registrados, realizada pela Reuters/Ipsos em 14 e 15 de julho, Biden apareceu um pouco mais atrás, mas ainda com 10 pontos percentuais de vantagem sobre Trump.

O ex-vice-presidente de Barack Obama, por sua vez, gastou consideravelmente menos que o oponente em junho – cerca de 37 milhões de dólares –, iniciando sua primeira grande investida de anúncios apenas na segunda metade do mês e apostando pesado em anúncios digitais, que receberam quase metade da verba mensal.

Além disso, arrecadou mais que o presidente – 63,4 milhões de dólares contra 55,2 milhões de dólares. As duas campanhas encerraram junho com quase a mesma quantia de dinheiro no banco, cerca de 110 milhões de dólares cada, de acordo com registros apresentados na segunda-feira 20 à Comissão Eleitoral Federal.

Nesta terça-feira, 21, Trump também retorna ao seu palanque, retomando as atualizações diárias sobre a pandemia de coronavírus no país. Além de fazer um aceno em reconhecimento da crise da saúde pública, que ainda devasta o país com números crescentes de infecções, hospitalizações e mortes, os briefings podem servir como um substituto para os comícios presenciais cancelados pela pandemia.

O republicano chegou a tentar reviver os comícios, mas fracassou quando só conseguiu ocupar um terço de uma arena em Tulsa, Oklahoma, em junho. Um segundo evento, que aconteceria na cidade de Portsmouth, em Nova Hampshire, foi cancelado em meio a preocupações de que também não atrairia muita gente, segundo o jornal americano The New York Times – embora a campanha tenha dito que o principal motivo do cancelamento era o clima, que estaria ruim.

Kevin Madden, um dos principais assessores da campanha presidencial do republicano Mitt Romney em 2012, disse que a avalanche de propaganda eleitoral de Trump não está chegando aos eleitores. “Os anúncios de TV estão tendo um efeito mínimo no estado da corrida neste momento”, disse Madden. “Não existem muitos anúncios que alterarão as percepções dos eleitores quando você tem uma crise econômica presa nas costas de uma crise de saúde que impacta a vida das pessoas todos os dias.”

Mesmo assim, a corrida à Casa Branca está longe de estar definida. Com mais de três meses até o dia da eleição, ainda há tempo suficiente para a corrida mudar a favor do presidente – afinal, já mudou bastante nos últimos três. Por exemplo, segundo a emissora americana CNN, a vantagem de Joe Biden sobre Trump com os eleitores negros é atualmente menor do que a de Hillary Clinton, que perdeu contra o republicano em 2016. Se a disputa ficar mais apertada, esse pequeno ganho com os eleitores negros pode fazer a diferença.

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