Velho da Havan agora diz que “nao é bolsonarista”

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Foto: Reprodução

O empresário dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, negou proximidade com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), apesar de os dois já terem assumido apoio mútuo publicamente. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou não ser bolsonarista, mas um “ativista econômico que tem pavor da esquerda”.

“Naquilo que o governo fizer certo, vou defendê-lo. Naquilo que fizer errado, vou criticá-lo”, pontuou. “Eu me envolvi para mudar isso e ajudar a reduzir a burocracia para não ficarmos à mercê de um burocrata. Sou um ativista, um patriota, querendo um país livre e com economia mais liberal”, defendeu.

Hang disse que não conversa com o presidente há 15 dias e, na última vez que esteve em Brasília, durante a posse de André Mendonça como ministro da Justiça, se encontrou com empresários. “Eu não falo com o presidente há 15 quinze dias. Estive em Brasília há três meses, na posse do ministro da Justiça. Fui com outros empresários. Não sou bolsonarista como dizem”, alegou.

O empresário foi um dos convidados a integrar a base de apoio do Aliança pelo Brasil, partido político de Bolsonaro. Apesar de ter comparecido ao lançamento da sigla, ele garantiu que estava lá apenas para “dar um abraço” em colegas e negou qualquer intenção de se filiar. “Eu estive em Brasília na época do lançamento do partido. Fui dar um abraço nas pessoas que lá estavam. Mas eu não me filiei e não vou me filiar. Não quero perder a independência de falar o que quiser”, justificou.

“Quem vive num dia a dia de uma empresa, é muito difícil se envolver com política. Quem trabalha numa empresa, trabalha muito com meritocracia, com metas e uma transparência muito grande”, esclareceu, ao ressaltar a falta de motivação de se lançar como candidato a qualquer cargo.

Hang é suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. Ele nega e afirma que os negócios da Havan não precisam de parceria com o governo. “Por qual motivo eu teria de gastar, como dizem, R$ 12 milhões numa campanha política se não compro nem vendo para o governo, se não tenho interesse em cargo político? Nem dinheiro emprestado tenho com o governo. Nessa pandemia, fiz questão de não pegar nenhum valor de bancos públicos, para não vincularem meu nome ao governo“, defendeu.

O empresário também é alvo de inquérito contra fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa quinta-feira (30/7), o relator, ministro Alexandre de Moraes, ordenou o bloqueio das redes sociais dos investigados fora do país, uma vez que já estavam impedidos de utilizá-las em território brasileiro. Sobre o caso, o empresário disse que preferia ser acusado de “difamação, calúnia, danos morais” a ter as redes bloqueadas.

“Fiquei decepcionado. Tenho 8,5 milhões de seguidores. No Código Penal, há diversas formas de você punir alguém que faz alguma coisa errada. Tem calúnia, difamação, danos morais. Eu sou muito atacado por blogs, sites e jornais de esquerda, que falam mentiras sobre mim. E aí processamos cada um. É assim que tem que ser. Não tinha por que fazer esse bloqueio. Não faço fake news. Estou sendo cerceado no direito de ter as minhas redes sociais”, argumentou.

Metrópoles