Witzel nega que estimulou assassinatos por policiais

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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), prestou depoimento nesta quinta-feira, 9, à Polícia Federal no inquérito que apura a atividade policial no Estado do Rio de Janeiro. Ele compareceu à delegacia que funciona no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).

A informação sobre o depoimento foi divulgada pela própria assessoria de Witzel. A Polícia Federal não se manifestou sobre a oitiva. Havia a expectativa de que o governador também fosse ouvido sobre a suposta fraude em contratos de compra de equipamentos a serem usados durante o combate à covid-19, mas nenhuma parte envolvida informou se ele tratou dessa investigação – a princípio, falou apenas da atuação das polícias.

No dia 5 de junho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia do novo coronavírus. As operações só poderão ocorrer em casos excepcionais, justificados por escrito pela autoridade competente e comunicados ao Ministério Público estadual.

Em nota, o governador afirmou que durante o depoimento “reforçou que as polícias Militar e Civil vêm atuando para preservar vidas, em oposição ao crime organizado, sem jamais incitar a prática de qualquer crime”.

Ainda segundo a assessoria do governador, ele afirmou “que não incita a prática de crimes pelas polícias, assim como não interfere na atuação operacional das corporações”. “A interpretação jurídica do que constitui legítima defesa – se esta se configura ou não quando um policial está diante de um criminoso segurando um fuzil – não pode ser considerada crime”, diz a nota.

Segundo o governo do Estado, estudo realizado pela secretaria de Polícia Civil mostra que, das 1.413 favelas existentes em todo o Estado, 81% são dominadas por facções criminosas que exploram o tráfico de drogas e 19% são exploradas por milicianos. Ainda segundo a polícia existem 56.620 criminosos em liberdade, “portando armas de fogo de grosso calibre e trabalhando para o tráfico de drogas ou grupos milicianos em todo o Rio de Janeiro”, segundo a nota da assessoria de Witzel.

Estadão