Até os bancos perderam na pandemia
Foto: Pilar Olivares/Reuters
Ao longo do segundo trimestre, os três maiores bancos privados do país tiveram lucro líquido de R$ 10,2 bilhões, o que representa uma queda de 40%. No ano passado, o ganho conjunto para o período havia sido de R$ 17,1 bilhões. O resultado foi impactado pelo reforço de reservas para absorver o esperado aumento da inadimplência devido à pandemia de coronavírus.
“Este foi um dos piores trimestres da história do Brasil, em termos de desempenho econômico”, disse o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, em nota à imprensa.
Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander gastaram R$ 23,6 bilhões com calotes no segundo trimestre, salto de quase 90% em relação ao mesmo período de 2019. Frente ao primeiro trimestre, as despesas com provisões subiram em 8,56%. De abril a junho, Santander e Bradesco seguiram ampliando as reservas, enquanto o Itaú fez o movimento contrário.
As perdas para os três bancos, no entanto, foi parecida. No resultado trimestral, o Itaú reportou lucro de R$ 4 bilhões no período, um valor 40% inferior ao ano anterior. A queda no lucro foi gerada pela reserva que o banco fez de R$ 7,5 bilhões para eventuais calotes e inadimplência.
Ao mesmo tempo, e pelo mesmo motivo, Bradesco e Santander também tiveram queda de 40% e 41%, respectivamente. Enquanto o primeiro apresentou R$ 3,9 bilhões, o segundo registrou R$ 2,1 bilhões de lucros.
Na manhã desta terça-feira (4), executivos do Itaú fazem uma teleconferência, marcada para as 10h, para comentar o aumento das provisões para perdas com crédito no segundo trimestre, em resposta à crise da Covid-19. Em nota, o banco também disse já ter visto alguns sinais de recuperação, que também serão abordados na reunião com investidores.