Auxilio emergencial melhora apoio a Bolsonaro no Nordeste

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Foto: André Pessoa/Estadão

Embora diga que não apoiará ativamente nenhum candidato nas eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro caminha para contar com uma rede de apoio no Nordeste, região onde ele foi menos votado em 2018. A maioria das capitais nordestinas tem hoje pré-candidatos dispostos a empunhar as bandeiras do “bolsonarismo”, especialmente após o advento do auxílio emergencial de R$ 600. “Em algumas pesquisas, quando o candidato diz que ele é ‘do Bolsonaro’, obtém cerca de 15% de intenção de voto”, diz Bruno Soller, do Instituto Travessia.

Segundo Soller, em um cenário fragmentado, esse patamar de largada pode levar um candidato “bolsonarista” até o segundo turno, em uma polarização com a esquerda, historicamente forte no Nordeste.

Lúcio Flávio (Avante), em Aracaju; Coronel Alberto Feitosa (PSC), no Recife; Walber Virgolino (PRTB), em João Pessoa; Cézar Leite (PRTB) ou Alexandre Aleluia (DEM), em Salvador; Coronel Hélio (PRTB), em Natal, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, são hoje os “bolsonaristas” do Nordeste.

Ah, Wagner foi o agitador da greve dos policiais no Ceará.

Por enquanto, Bolsonaro mantém o propósito de não declarar apoios oficialmente. Entre outros fatores, teme os “caroneiros”, que podem dar dor de cabeça no futuro. O presidente também não quer ter seu nome vinculado a um fracasso eleitoral.

Sem partido, Bolsonaro avalia se posicionar no segundo turno, ainda mais se o embate for com a esquerda petista.

Gilson Machado, o sanfoneiro das lives, por exemplo, é próximo do Coronel Feitosa (PSC).

A bola ainda está rolando no campo da opinião pública, porém. Se o auxílio emergencial ajuda candidaturas bolsonaristas, a catástrofe da covid-19 será cobrada.

Com o País perto da marca de 100 mil mortes, nunca é demais lembrar a frase dita pelo presidente em 20 de março: “Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.

Estadão