Comícios de Trump não terão distanciamento social

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 11, que não aceitará fazer comícios com distanciamento social, rejeitando por completo a medida de prevenção de transmissão do novo coronavírus.

Para que os espectadores mantenham uma distância segura de dois metros de distância uns dos outros, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, a capacidade dos eventos precisaria ser reduzida. Trump afirmou que “você não pode ter lugares vagos”, sugerindo que a imagem da campanha ficaria ruim.

“Seria preciso ter uma pessoa e deixar tudo vazio ao redor dela. Você não pode fazer isso”, disse Trump, em entrevista à Fox News Radio.

Em seu último comício, realizado na cidade de Tulsa, em Oklahoma, no dia 20 de junho, o presidente americano passou por uma situação embaraçosa no estádio BOK Center. O republicano pretendia marcar seu retorno à arena eleitoral com um grande evento, mas se deparou com centenas de assentos vazios.

A Casa Branca prometeu que o evento, o primeiro da campanha de reeleição em três meses, reuniria cerca de 100.000 pessoas. Mas o estádio, que acomoda 19.000 espectadores, foi preenchido por apenas 6.200 pessoas, de acordo com o departamento de bombeiros local. Integrantes da campanha do republicano citaram um público de pelo menos 12.000 simpatizantes.

Também nesta terça-feira, Trump usou a entrevista à Fox News para atacar seu adversário, o democrata Joe Biden. O presidente americano, além de chamar o oponente de “o mais burro do Senado”, disse que os americanos seriam forçados a “aprender a falar chinês” caso ele perdesse a eleição em novembro.

“Se eu não ganhar a eleição, a China será dona dos Estados Unidos”, disse Trump, afirmação que ele já havia pregado antes. “Você vai ter que aprender a falar chinês”, completou.

O governo Trump, que chegou a exaltar políticas chinesas, como no início da pandemia de coronavírus, reverteu décadas de diplomacia ao deteriorar as relações entre os Estados Unidos e a China. O atrito da guerra fiscal de longa data somou-se à responsabilização de Xi Jinping pelo republicano por não controlar a Covid-19 e à recente Lei de Segurança Nacional aplicada por Pequim a Hong Kong.

Sua campanha de reeleição passou a tentar retratar o ex-vice-presidente Joe Biden como uma figura amigável com a China. Anúncios publicitários sugerem que o democrata está a serviço do governo chinês e acusam sem provas o filho de Biden de relações ilícitas com empresas chinesas.

Além disso, Trump criticou a intenção do ex-senador de escolher uma mulher como sua vice-presidente, afirmando que alguns homens poderiam sentir-se “insultados”.

“Ele se cercou de um certo tipo de gente”, disse. “Algumas pessoas diriam que os homens se sentem insultados por isso e outras pessoas acham que está tudo bem”, completou o líder americano.

Na entrevista, Trump elogiou seu próprio vice, Mike Pence, mas sentenciou o debate afirmando que “as pessoas não votam por um vice-presidente”.

Veja