Defesa quer proibir gravações de Flávio
Foto: Sérgio Lima/Poder360
A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reagiu à divulgação de informações referentes à investigação contra o parlamentar no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Os advogados dele divulgaram um comunicado no qual afirmam que, em função da “ineficiência” do órgão para a manutenção do sigilo, não será permitido os registros audiovisuais do senador durante as suas manifestações procedimentais.
A decisão tem relação com reportagem do “O Globo” deste domingo. O jornal divulgou que a compra de salas comerciais pelo senador teve o uso de R$ 86,7 mil em dinheiro vivo enquanto ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
A informação teria sido revelada por construtoras envolvidas na operação e pelo próprio Flávio Bolsonaro em depoimento ao Ministério Público, ao qual o jornal teve acesso.
“A defesa do senador Flávio Bolsonaro tem recebido com perplexidade as notícias de vazamento das peças e áudios do procedimento que tramita sob sigilo, o qual é reforçado e afiançado às partes, pelos próprios membros do Ministério Público, ao início de cada ato processual.Em tendo sido provada a ineficiência do sigilo imposto judicialmente à investigação, esclarece a defesa que a partir deste momento não serão mais permitidos os registros audiovisuais do Senador durante as suas manifestações procedimentais, além do que ainda esta semana representará aos órgãos de correição do MPF para que apure a falta e o delito, se houver”, diz a nota da defesa.
De acordo com a reportagem, a Cyrella e a TG Brooksfield teriam informado ao MP-RJ que ele pagou R$ 86.779,43 com dinheiro em espécie, por meio de depósitos bancários, no ano de 2008, para a compra de 12 salas comerciais no Barra Prime Offices – um centro comercial de alto padrão na Barra da Tijuca.
Além disso, ao tentar explicar ao Ministério Público do Rio a origem do dinheiro em espécie usado para pagar despesas pessoais ao longo dos anos, o senador Flávio Bolsonaro disse que o montante seria “coisinha guardada em casa”. Segundo o jornal, o senador também afirmou aos promotores que forneceu dinheiro para pagar despesas de assessores. Nesses casos, segundo a reportagem, admitiu também que usava dinheiro vivo e que “pegava” em sua “lojinha”.
O senador é proprietário de uma loja de chocolates no Rio. No fim do ano passado, outra reportagem revelou que Flávio Bolsonaro movimentou R$ 2,2 milhões em imóveis e loja de chocolate.Os promotores do MP-RJ questionaram o pagamento de R$ 30 mil em dinheiro feito ao empresário David Macedo Neto durante a compra de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio, por R$ 2,55 milhões, em 2014. Flávio explicou que o pagamento foi feito para quitar a aquisição de alguns móveis dentro do apartamento. Questionado por que não fez uma transferência eletrônica, o senador respondeu: “Eu tinha uma coisinha guardada em casa, preferi fazer desse jeito”.