Deputado bolsonarista pedirá desculpas ao STF
Foto: MJS / Michel Jesus/Câmara dos Deputados/05-03-2020
O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que usou as redes sociais, no dia 6 de julho, para xingar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, afirma estar arrependido. Denunciado pela Procuradoria Geral da República, no dia 14 de julho, por ter chamado o magistrado de “canalha” e “lixo”, entre outras ofensas, Otoni vai procurar o ministro, por meio de seu advogado, para uma retratação formal.
— Errei na adjetivação. No vídeo, estou descontrolado emocionalmente, porque o ministro quebrou, sem base, o meu sigilo bancário, telefônico, de microdados e de internet. Quando essa matéria saiu nos jornais, para mim é muito ruim, porque as pessoas pensam erradamente que se trata de corrupção. Aí depois vi que o ministro impossibilitou um jornalista de trabalhar, impedindo que ele usasse as redes sociais. Fui, então, movido por uma indignação que acho justa. Mas reconheço que pequei na adjetivação, porque estava descontrolado — disse.
O deputado diz ter o “direito” de criticar o ministro, mas afirmou ter errado na “adjetivação”.
— No conteúdo, não errei, pois tenho o direito de criticar o ministro. Mas na adjetivação eu deveria pedir desculpas ao ministro — disse Otoni, que usa as redes sociais para defender o governo do presidente Jair Bolsonaro e é investigado no inquérito das Fake News no STF.
Após as ofensas, Otoni deixou a vice-liderança do governo na Câmara. Indagado pelo GLOBO se vai efetivamente procurar o ministro Alexandre de Moraes para se retratar, o deputado respondeu:
— Sim, vou. Estou vendo com meu advogado qual é a melhor forma para que eu possa fazer isso. Até porque não é o meu perfil e nem do meu eleitorado (proferir ofensas). Eu só fiz aquilo movido por uma raiva movida por esses dois fatos, o que aconteceu comigo e o que aconteceu com o jornalista.
Otoni afirma ainda que recusou o convite feito por Roberto Jefferson para se filiar ao PTB por conta das ofensas, de cunho pessoal, que o presidente do partido tem dirigido a ministros do STF.