Engenheiro relata desastre em Beirute
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Sam Sbaite, de 49 anos, trabalhou normalmente nesta terça-feira (4). Prestador de serviços para a Marinha do Brasil, que integra a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), o engenheiro civil frequenta diariamente a zona portuária de Beirute, onde ocorreu a explosão.
“Eu saí do porto cerca de meia hora antes da explosão. Quando entrei em casa, não levou dois minutos até ouvir a explosão. E tudo caiu, tudo ficou quebrado. Eu logo desci do prédio pois imaginei que fosse um terremoto”, conta.
Sbaite desceu seis andares, às pressas, e foi buscar segurança na rua. Ele encontrou as vidraças das lojas quebradas, envolto em uma nuvem de fumaça e rodeado de pessoas correndo sem saber para onde ir e sem entender o que aconteceu.
“Eu olhei para cima e vi meu prédio inclinado. Não sei como ele está de pé. No térreo, tem uma loja da Starbucks, que ficou completamente destruída”, disse o engenheiro. O apartamento onde Sbaite mora fica a sete quilômetros de distância da zona portuária de Beirute.
Após a explosão, Staibe recebeu dezenas de telefonemas. Amigos e parentes no Brasil e no Líbano queriam ter notícias. Uma das primeiras conversas do engenheiro foi com sua irmã, também moradora de Beirute.
Raquel Staibe, de 50 anos, trabalha no escritório da companhia aérea Air France, em Beirute. No momento da explosão, ela tinha descido para ir à uma farmácia. Quando retornou, encontrou seu local de trabalho destruído. Parte do teto caiu, as janelas foram estilhaçadas e os móveis arrastados.
“Se ela estivesse no escritório teria ficado ferida. Mas o importante é que estamos todos bem”, disse o engenheiro.