Facebook cria ferramenta para bloquear campanha eleitoral

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Em meio a denúncias e investigações sobre o uso das redes sociais para disseminar desinformação no Brasil, com influência direta nas eleições, o Facebook anunciou ontem que as propagandas políticas e eleitorais terão de ser identificadas com um selo tanto nesta plataforma quanto no Instagram e poderão ser ocultadas pelos usuários a partir desta semana. A plataforma afirmou que quem quiser fazer um anúncio relacionado a política ou eleições terá que confirmar sua identidade e se tem residência no país, e terá de fornecer o CNPJ ou CPF.

De acordo com o Facebook – empresa responsável também pelo Instagram – a medida é para tentar dar mais “controle e transparência” a anúncios sobre política no Brasil. Os usuários poderão escolher se querem ou não ver propaganda política e eleitoral nas duas redes, e as propagandas relacionadas a esses dois assuntos terão de ter ser identificadas com os selos “pago por” ou “propaganda eleitoral”.

O Facebook afirmou ainda que armazenará por sete anos as propagandas políticas e eleitorais, permitindo a consulta futura sobre dados do anúncio, como uma estimativa de pessoas alcançadas, valor gasto e dados demográficos incluindo idade, gênero e localização das pessoas que visualizaram a propaganda.

O anúncio dessas medidas foi feito pelo Facebook depois que a empresa derrubou, no início do mês passado, páginas nas redes sociais ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e a políticos do PSL. Segundo a plataforma, os perfis eram administrados por assessores pagos com dinheiro público, acusados de manipular o debate público na internet, disseminar “fake news”, desinformação e ataques a adversários de Bolsonaro. O esquema com dezenas de perfis escondia a verdadeira identidade dos criadores e essas contas tinham cerca de 2 milhões de seguidores no Facebook e no Instagram. O Facebook tem sido pressionado, em diferentes países, a moderar e controlar a disseminação de conteúdos publicados, sobretudo em relação a discursos de ódio. Mais de 1 mil empresas se comprometeram a suspender a publicidade na plataforma, em protesto.

Valor Econômico