Gabriela Hardt bloqueia R$4 mi de Vital do Rêgo

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Foto: Ed Ferreira/Estadão

A pedido da força-tarefa da Operação Lava Jato, a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, bloqueou R$4 milhões do ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho (MDB), e de outros cinco denunciados pela força-tarefa por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em suposto esquema para ‘blindar’ executivos de grandes empreiteiras na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobrás. A CPMI, que investigou casos de corrupção da estatal, foi presidida pelo emedebista.

A decisão atinge, além do ministro, pessoas de sua confiança, apontadas pelos investigadores como ‘emissárias’ no recebimento de propinas, e executivos da construtora Planície, que teria sido usada como empresa de fachada para o pagamento de R$1 milhão pela OAS. Veja a lista completa:

Alexandre Almeida, ex-servidor do gabinete de Vital do Rêgo;

Alex Antônio Azevedo Cruz, apontado pela Lava Jato como ‘pessoa de confiança’ do ex-senador. Segundo os investigadores possui relacionamento estreito com a família Rêgo e chegou a trabalhar como secretário do irmão do ex-senador na prefeitura de Campina Grande (PB);

Dimitri Chaves Gomes Luna, apontado como intermediário de propinas para o ex-senador;

Fábio Magno de Araújo Fernandes, diretor da Construtora Planície;

Sandro Maciel Fernandes, sócio da Construtora Planície;

Construtora Planície LTDA.

A medida bloqueia apenas de ativos financeiros e saldos das contas ou investimentos do grupo e da construtora, mas não impede a continuidade de movimentações financeiras.

“Ressalvo também que as instituições financeiras deverão apenas efetuar o bloqueio, sem a transferência do valor para a conta judicial até ulterior determinação do juízo, evitando eventuais perdas em razão de resgates antecipados”, escreveu a juíza.

A força tarefa da Lava Jato no Paraná denunciou Vital do Rêgo na manhã desta terça, 25, pelo suposto recebimento de R$ 3 milhões em propinas pagas por Léo Pinheiro, então presidente da OAS.

Segundo o Ministério Público Federal, os valores teriam sido repassados ao ex-senador em contrapartida à sua atuação, na condição de Presidente da CPMI da Petrobrás, instaurada no Congresso Nacional em 2014, para que os executivos da construtora não fossem convocados a depor.

Em simultâneo, a força-tarefa em Curitiba deflagrou a 73ª etapa da operação, chamada Ombro a Ombro, para aprofundar as investigações relacionadas à participação de intermediários no recebimento de propinas pagas em favor do ex-senador. Os alvos da ofensiva também foram denunciados pelo MPF.

COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS
A reportagem busca contato com os denunciados. O espaço está aberto para manifestações.

Estadão