Maia e Moraes indicam reeleição de presidentes do Congresso

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Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Pré-candidatos ao comando da Câmara acreditam que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem articulado para garantir que o Supremo Tribunal Federal (STF) permita que ele e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concorram a reeleição.

As desconfianças aumentaram após os parlamentares do DEM se encontrarem com o ministro Alexandre de Moraes, da Corte, na quarta-feira da semana passada.A reunião foi vista como um movimento de ambos para pedir que o magistrado convença outros ministros a darem o aval à recondução. O ministro Gilmar Mendes também estaria contribuindo para viabilizar uma saída jurídica para que Maia e Alcolumbre tenham direito a reeleição.

As articulações são referentes a uma ação movida pelo PTB, que, em agosto, acionou o STF, sob o argumento que a Constituição proíbe a reeleição para a Mesa da Câmara e do Senado tanto para as eleições que ocorram na mesma legislatura quanto em legislaturas diferentes.

Maia não confirmou o encontro com Moraes na semana passada, mas reforçou que não pretende concorrer à presidência da Câmara, em fevereiro de 2021.

Ainda que Maia tenha essa posição oficial, postulantes ao principal cargo da Câmara afirmam, nos bastidores, que ele tem costurado uma vitória no Supremo para viabilizar sua candidatura.

Segundo fontes, o presidente da Câmara já teria afirmado a parlamentares do Centrão e da oposição que aceitaria entrar na disputa caso o Supremo desse o aval e se contasse com a benção de partidos do centro e da esquerda, ou seja, caso fosse um nome consensual.

Em conversas reservadas, parlamentares do Centrão descartam que exista a possibilidade de Maia ser aclamado pelos partidos. Na avaliação deles, muitos líderes tem reclamado de uma postura “autoritária” do parlamentar do DEM. Para eles, o presidente da Casa tem definido a pauta e os relatores da proposta de forma monocrática.

Entre os parlamentares da oposição, há críticas sobre a postura recente de Maia em relação aos pedidos de impeachment. As declarações de que não há espaço para um afastamento do presidente Jair Bolsonaro irritaram os parlamentares de siglas de esquerda. Nos bastidores, o diagnóstico é que “Maia já foi muito mais querido pela oposição”.

Valor Econômico