Navio brasileiro quase é atingido em Beirute

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Foto: Ministério da Defesa

A explosão que atingiu nesta terça-feira a região portuária de Beirute, capital do Líbano, teria alcançado a fragata brasileira da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), que geralmente fica atracada no local, mas o navio estava no mar no momento. O incidente deixou pelo menos 73 mortos e mais de 3.700 mil feridos, de acordo com um balanço provisório que vem sendo atualizado com frequência.

Segundo informações de autoridades brasileiras, um navio de Bangladesh, que estava atracado perto de onde ficaria a fragata Independência, foi bastante atingido pela explosão e teve vários feridos.A Marinha informou que o navio deixou o porto às 9h, no horário local, nove horas e 15 minutos antes da explosão (18h15).

Soldados da missão da ONU no Líbano (Unifil), cujo navio estava ancorado no porto, também foram atingidos e ficaram feridos, alguns deles em estado grave. Não foram dadas informações sobre suas identidades e nacionalidades. “Estamos com o povo e o governo libanês e dispostos a dar assistência”, acrescentou a Unifil.

Ao menos dois soldados italianos foram atingidos nas explosões, segundo fontes oficiais consultadas pela agência Ansa. De acordo com os relatos, os dois homens não tiveram ferimentos graves. Além deles, outros militares estão sob observação em estado de choque.

Mais cedo, a Marinha do Brasil informou em nota que nenhum militar brasileiro ficou ferido, porque “o navio estava distante do local onde ocorreu a explosão”.

O contra-almirante Sergio Renato Berna Salgueirinho, comandante da forca-tarefa marítima do Brasil no Líbano, gravou um vídeo à bordo da Fragata Independência e disse estar com todos os tripulantes do navio.

— Com relação ao incidente ocorrido hoje no Porto de Beirute, uma explosão de grandes proporções, queria dizer que todos os tripulantes da Fragata Independência, do Estado-Maior da forca-tarefa marítima da Unifil estão bem. Estamos no navio, navegando aqui nas imediações do porto, aguardando instruções, se necessário para prestar algum apoio aos feridos — declarou.

Também em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou não ter notícias de outros brasileiros mortos ou feridos. A nota afirma que o governo do Brasil “solidariza-se com o povo e o governo do Líbano pelas vítimas fatais e pelos feridos atingidos pelas graves explosões”.

O Ministério da Defesa, mais tarde, informou que a mulher de um oficial da Aeronáutica, que exerce a função de adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Líbano, teve ferimentos leves por estar próxima a uma janela impactada durante a explosão ocorrida em Beirute. Ela recebeu atendimento médico e passa bem, diz a nota.

Atualmente comandada pela Marinha brasileira, a Força-Tarefa Marítima foi criada em 2006, ao fim da chamada Segunda Guerra do Líbano, por resolução do Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, forças de Israel e do movimento xiita Hezbollah enfrentaram-se no Sul do país, e bombardeios israelenses foram lançados contra alvos em todo o território, incluindo Beirute.

Durante o conflito, o Brasil enviou aviões da Força Aérea para resgatar centenas de brasileiros, a maioria deles cidadãos de origem libanesa.

Já a Unifil existe desde 1978, quando foi criada para assegurar o controle libanês sobre o Sul do país, após uma incursão israelense contra combatentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Israel ainda invadiria o Líbano por via terrestre em 1982, também a pretexto de contra-atacar combatentes da OLP, chegando até Beirute, e só retirando-se do Sul do país em 2000.

O Itamaraty informou ainda que a Embaixada do Brasil em Beirute está disponível para fornecer informações sobre a situação dos brasileiros no Líbano pelo número do telefone de plantão consular (+961 70108374). No Brasil, o núcleo de assistência a brasileiros do ministério em Brasília também está prestando esclarecimentos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, pelos telefones +55 61 2030 8820/6756/6753 e pelo e-mail dac@itamaraty.gov.br.

O Globo