OMS suspeita de vacina russa

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Foto: Denis Balibouse/Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia registrou nesta terça-feira, 11, a primeira vacina do mundo contra a Covid-19, lembrando que ela, como as demais, deve seguir os procedimentos de pré-qualificação e revisão estabelecidos pela agência.

“Acelerar o progresso não deve significar comprometer a segurança”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em entrevista coletiva, acrescentando que a organização está em contato com as autoridades russas e de outros países para analisar o progresso das diferentes pesquisas de vacinas.

No último documento com atualizações sobre os testes das vacinas em todo o mundo divulgado pela OMS em 31 de julho, a vacina russa, produzida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, é listada como se ainda estivesse na fase 1 de testes. De acordo com as autoridades russas, porém, a pesquisa já se encontra na fase 2, porém os resultados dos testes realizados ainda não foram publicados.

A fase 1 é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, feita com número reduzido de voluntários, enquanto a 2 avalia a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada. Já a fase 3 é um ensaio em larga escala, com milhares de indivíduos, para uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, é feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção.

“Estamos em contato próximo com as autoridades de saúde russas e as discussões estão em andamento no que diz respeito à pré-qualificação a vacina. Mas, novamente, a pré-qualificação de qualquer vacina envolve análise e avaliação rigorosas de todos os dados de segurança e eficácia requeridos”, disse Jasarevic, se referindo aos ensaios clínicos.

O porta-voz enfatizou que a organização está animada “com a velocidade em que as vacinas estão sendo desenvolvidas” e espera que algumas delas “se mostrem seguras e eficientes”.

A vacina russa, anunciada hoje pelo presidente Vladimir Putin em reunião com o Gabinete de Ministros, não estava entre as seis que a OMS observou na semana passada serem as mais avançadas. O órgão citou entre as seis candidatas, três vacinas desenvolvidas por laboratórios chineses, dois dos Estados Unidos (das empresas farmacêuticas Pfizer e Moderna) e a britânica desenvolvida pela AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford.

Segundo Putin, a vacina russa é “eficaz”, passou em todos os testes necessários e permite atingir uma “imunidade estável” contra a Covid-19. “Eu sei que ela funciona muito efetivamente, forma uma imunidade forte, e eu repito, ela passou por todas as checagens necessárias”, disse o russo, que espera que o país inicie em breve a produção em massa.

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