Pesquisadores alemães temem ascensão da extrema-direita
Foto: John MacDougall – 1.ago.2020/AFP
Fragmentado entre mais de 80 grupos de interesses bastantes diversos —de neonazismo a antivacina—, o protesto que reuniu cerca de 20 mil pessoas neste sábado em Berlim não foi necessariamente uma manifestação de força da extrema direita, mas há nele sinais de alerta que devem ser levados a sério, dizem analistas políticos alemães.
“O extremismo de direita é a principal ameaça à segurança interna da Alemanha hoje”, diz o professor da Universidade de Würzburg Hans Joachim Lauth, que estuda a direita europeia. Segundo relatório de 2019 do Ministério do Interior, o país registrou cerca de 1.000 atos de violência de extrema direita no ano passado, quase 3 por dia, e número de ativistas de grupos violentos de direita subiu de 24 mil para 32 mil.
Boa parte desse aumento, segundo Lauth, se deve ao crescimento da facção Flügel (asa), uma divisão interna do partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD). O grupo, que alcança 7.500 apoiadores, é hoje considerado de extrema direita violenta.
Redação com Folha