PF prende comparsa de pastor picareta no RS

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Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com

A Polícia Federal prendeu neste domingo, dia 30, o empresário Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, que é apontado como o operador financeiro do Pastor Everaldo, que também está detido preventivamente pela acusação de que desviava recursos da secretaria da Saúde Rio de Janeiro. A mesma operação, a Tris in Idem, ocasionou o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por 180 dias.

Em documento com mais de 400 páginas, Barroso é citado 60 vezes na representação do Ministério Público Federal (MPF), que detalhou o suposto esquema de loteamento de contratos e cargos na gestão do governador Witzel. Ele se entregou às autoridades no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).

Segundo a investigação, o grupo oculto gerenciava o orçamento estadual reservado à Saúde e indicou o ex-secretário da pasta e hoje delator, Edmar Santos, e o antigo ‘número dois’ da secretaria, Gabriell Neves, para garantir o controle de pagamentos e contratações. Caberia a Barroso, de acordo com os procuradores, cooptar agentes públicos e privados, indicar as organizações sociais que deveriam ser contratadas pelo governo e cuidar da contabilidade dos desvios por meio de um sistema financeiro paralelo. “Victor Hugo Barroso criou uma complexa organização de pessoas jurídicas, que indicam a estruturação de ‘camadas’ de ocultação de valores, também típica de lavagem de dinheiro, onde as transações financeiras se misturam, dificultando a rastreabilidade”, diz o MPF, na representação.

Em delação premiada, Edmar Santos contou que Barroso fornecia cartões de crédito em nome de terceiros para que os integrantes da organização criminosa pudessem saldar despesas pessoais e vetava celulares em reuniões para tratar do esquema. Em troca dos serviços, Barroso receberia 15% da ‘caixinha’ abastecida pelos lucros obtidos com as fraudes nas contratações. O grupo usaria a transportadora de valores Fênixx, constituída por Barroso em sociedade com o secretário de Cidades, Juarez Fialho, para guardar os valores desviados em carros-forte, repetindo o sistema usado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Além disso, as offshoresTremezzo S/A, Firbank Croporation e South America Properties LLC, registradas em nome do operador, de sua mãe e irmã no Uruguai, serviriam para remessas de dinheiro ao exterior.

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