PMs, artistas e militantes digitais disputam cadeira na Câmara de SP

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Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Na primeira eleição após o fim das coligações para cargos proporcionais, os partidos optaram por lançar chapa completa com 83 candidatos a vereadores na capital paulista. Com mais vagas disponíveis, os “olheiros” das siglas foram buscar nomes em várias frentes para aumentar a chance de terem puxadores de votos em novembro.

A menos de uma semana do início da temporada de convenções partidárias, a maioria das siglas já fechou suas listas. Entre os nomes que pedirão voto estão policiais militares, ex-participantes de reality shows, esportistas aposentados, ativistas digitais de direita e líderes de torcida. Até 2018, a distribuição das cadeiras no Legislativo considerava votos obtidos pela coligação de que o partido fazia parte.

Um dos fenômenos registrados este ano foi o aumento de candidaturas de militares, apesar de a segurança pública não ser prerrogativa da Câmara Municipal. Segundo Elias Miler, presidente da Defenda PM (associação que atua em defesa da categoria) e diretor da Federação Nacional das Entidades Militares Estaduais, a capital terá 30 candidatos militares da ativa por diversos partidos, contra 18 em 2016. No Estado serão 347 candidatos a vereador – em 2016, a categoria teve 180.

“O objetivo dessa estratégia é ampliar o leque de representatividade e a defesa institucional da categoria”, disse o senador Major Olímpio (PSL-SP), que tem na PM sua principal base.

Além dos vereadores que buscam a reeleição, o PSDB do prefeito Bruno Covas buscou novos nomes, como a miss transexual Gabriela Bueno, o cantor sertanejo Bruno Araújo, a DJ Ammie Graves e o ex-secretário de Segurança Urbana Coronel José Roberto. “Tivemos 142 inscritos e fizemos uma peneira para chegar nos 83 nomes”, disse Fernando Alfredo, presidente municipal do PSDB.

O PT, por sua vez, aposta em novas lideranças do movimento negro, de moradia, LGBT e sindicalistas. Entre os nomes considerados fortes estão Carmem Silva, mãe da ativista Preta Ferreira, liderança do MTSC, que foi presa em uma ocupação, e o ativista LGBT William de Luca. “Estamos com 95 nomes. Vamos ter que cortar para chegar em 83 nomes na convenção”, disse Laercio Ribeiro, presidente do PT paulistano.

O PL vai lançar este ano a ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, enquanto o PSL tentará emplacar Fábio Arruda, que participou do reality A Fazenda, da Record, e o ex-jogador Marcelinho Carioca. O Novo lançará o humorista Mionzinho, sósia do apresentador da Rede Record e ex-VJ da MTV Brasil, Marcos Mion, e o PTC, o também humorista Dedé Santana.

O PRTB, por sua vez, foi em busca de ativistas bolsonaristas, como Ricardo Rocchi, manifestante do movimento “Tomataço” – que foi proibido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de chegar a menos de 200 metros de qualquer ministro da Corte –, Bruno Zambelli, irmão da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), o blogueiro Ricardo Santis, conhecido como “Conservador de Topete”, e Juliana Kohan, do grupo Mulheres com Bolsonaro.

O PSOL vai lançar como pré-candidato o coordenador do grupo Somos Democracia, que reuniu torcedores que protestaram contra Bolsonaro, Danilo Pássaro, que é da Gaviões da Fiel.

Estadão