Senadores fazem manifesto contra Aras
Foto: Evaristo Sa/AFP
Senadores do ‘Muda Senado’ publicaram nesta quinta-feira (6/8), manifesto para reiterar apoio à Operação Lava-Jato. No documento, divulgado após reunião virtual do grupo, os parlamentares relatam preocupações com a escalada de ações e manifestações de autoridades dos três Poderes, “com intenção de destruir a credibilidade das operações de combate à corrupção”. Além disso, criticam decisões do Procurador-Geral da República, Augusto Aras.
Na nota, os 17 senadores signatários afirmam que a atuação da força-tarefa em Curitiba impulsionou outras operações, o que gerou expectativa de ter “justiça” contra “criminosos, independente de sua influência política”.
“Porém, aqueles acostumados aos privilégios e à impunidade não desistiram e hoje aproveitam a tragédia de uma pandemia que já matou cerca de 100 mil brasileiros para colocar seu plano nefasto em ação”, afirma. “Perplexos, temos visto decisões inusitadas proferidas em regime de Plantão no Judiciário, críticas e ilações descabidas por parte do Procurador-Geral da República, somadas à fala oportunista de políticos investigados ou processados.”
Segundo os parlamentares, não cabe a Aras “fiscalizar o trabalho dos procuradores, tendo acesso indiscriminado a todo o conteúdo de investigações em curso e violando a independência funcional desses servidores”. Os senadores defendem que esse trabalho cabe à Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF).
Nesta semana, senadores acionaram o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador-geral. De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), um dos que acionou a corregedoria do órgão e também assina o manifesto, Aras ignora a garantia de independência dos procuradores e tenta atuar como um chefe autoritário e retrógrado.
Os senadores também reiteraram apoio ao procurador Deltan Dallagnol, com quem se reuniram recentemente. Segundo eles, Dallagnol vem sendo alvo de várias tentativas de lhe imputar “condutas inadequadas, até particular no âmbito do Conselho Nacional do Ministério Público, que infelizmente, ainda sofre forte influência política daqueles que desejam o fim da Lava-Jato.”