Após arroz, preço da linguiça sobe 70%

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Shutterstock

Não são apenas o arroz e o óleo de soja que estão pesando na lista de compras do brasileiro. O produto da cesta básica com maior aumento percentual de preços foi a linguiça, com variação média de 69,7% desde que a pandemia começou, segundo levantamento da Horus. O quilo mais caro é o do Espírito Santo: R$ 24.

Quanto está custando a linguiça? Antes da pandemia, o quilo da linguiça custava R$ 12,47. Em junho-julho, passou a ser vendida por R$ 21,16.

Mas há Estados em que o aumento é muito maior. O quilo da linguiça mais que dobrou de preço em São Paulo e no Paraná, passando a custar R$ 22,90 (+110%) e R$ 22,51 (+111%), respectivamente.

O que a indústria de carne diz? A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) diz que a alta é reflexo das altas nos custos produtivos, “com elevações de mais de 30% no preço do milho e da soja, que são insumos básicos da produção e principais fatores de constituição de custos”.

Outro motivo foi a elevação de custo com a substituição de funcionários afastados por pertencerem a grupos de risco para a covid-19. “Os custos relativos ao enfrentamento da pandemia também se somam a este quadro, com investimentos em medidas protetivas e contratação de mais de 20 mil colaboradores para substituir trabalhadores identificados como grupo de risco.”

O que tem motivado esses aumentos? Como nos aumentos do arroz e do óleo de soja, o fator China também interferiu no preço da linguiça. Mas no caso da linguiça, existem dois motivos. O Brasil importa tripa da China para fazer linguiça. “A importação de tripas vindas da China – insumo para produção deste embutido – foi reduzida nos últimos meses, decorrente da menor oferta naquele país produtor”, afirma a ABPA.

Outro motivo é que o mercado internacional registrou um aumento de 27% no preço do milho, de 30% no da soja e de 43% no do arroz. Como os grãos são a base de alimentação dos bovinos, suínos e de aves, essa alta também acaba refletindo no preço da carne e embutidos.

A funcionária de uma lingüiçaria artesanal disse ao 6 Minutos que a matéria-prima utilizada, como pernil, subiu muito de preço. Por isso, a lingüiçaria teve de reajustar sua tabela.

De janeiro a agosto, segundo o IPCA-15, a linguiça acumula uma alta de 8,36%.

6 Minutos