Bolsonaro quer desmontar sistema de monitoramento respeitado no mundo todo

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Foto: Victor Moriyama

Segundo especialistas na área, o monitoramento de florestas, que vem sendo alvo de ataques do governo Bolsonaro (sem partido), como realizado no Brasil não é feito em mais nenhum lugar no mundo.

O sistema desenvolvido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é baseado em dois sistemas. O Prodes fornece, desde 1988, dados anuais do desmatamento no país.

Já o Deter, desde 2005, com uma resolução de imagens um pouco inferior às utilizadas pelo Prodes, detecta destruição da floresta praticamente em tempo real e, dessa forma, fornece informações para autoridades competentes, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Tanto o Deter quanto o Prodes oferecem algo único no mundo em questão de monitoramento de florestas, segundo especialistas: transparência e possibilidade de acompanhamento da situação ambiental do país pela sociedade civil.

Os dados do Deter são atualizados semanalmente para o público em geral e estão disponíveis na internet, além de serem enviados diariamente para o Ibama. Os resultados do Prodes são divulgados anualmente, no segundo semestre.

É exatamente essa transparência que está em jogo, no momento, segundo especialistas ouvidos pela Folha.

“Quando você não quer ser cobrado, a transparência é o inimigo. Quando você não quer um ambiente democrático e a defesa das instituições, a transparência incomoda. E a transparência está incomodando”, afirma Gilberto Câmara, ex-diretor do Inpe e diretor do secretariado do GEO (Grupo de Observações da Terra).

Redação com Folha