Candidato a prefeito de SP pelo Novo fraudou currículo

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Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Parte das informações sobre o currículo acadêmico do candidato suspenso pelo partido Novo à Prefeitura de São Paulo, Filipe Sabará, é falsa. O material do partido que apresentava o candidato dizia que ele era aluno do curso de pós-graduação Gerente de Cidades, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), mas a instituição afirmou ao Estadão que Sabará nunca fez o curso. Agora, Sabará e o Novo se acusam mutuamente de divulgar informação falsa.

Sabará teve a candidatura suspensa nesta quarta-feira, 23, após um procedimento sigiloso do partido. As inconsistências no currículo de Sabará são um dos motivos levaram um militante do Novo de Santa Catarina a entrar com a impugnação da candidatura. Além desse ponto, candidato e dirigentes do partido vinham tendo atritos por dados errados na declaração de bens à Justiça Eleitoral (ele inicialmente declarou uma relação de R$ 15 mil, retificada para R$ 5 milhões), por um discurso conservador alinhado ao bolsonarismo e por elogios feitos ao ex-prefeito Paulo Maluf, condenado por lavagem de dinheiro, durante um programa de rádio – ele se desculpou pelo episódio.

As notícias no site do Novo sobre a aprovação de Sabará para disputar as eleições e a página de apresentação do candidato informavam que ele é “ formado em marketing e cursa Pós-Graduação em Gerente de Cidade na Faap” desde dezembro do ano passado. Uma das páginas, que apresentava o candidato, foi retirada do ar. A Faap, entretanto, disse ao Estadão que Sabará foi aluno, por seis meses, do curso de graduação em Relações Internacionais, no ano de 2003. Desde então, não teve nenhum outro vínculo com a instituição, segundo a assessoria de imprensa da Faap, e não fez matrícula nesta pós-graduação.

A campanha de Sabará afirma que não tem ideia de onde veio a informação da pós-graduação, que não teria sido passada pelo candidato suspenso à legenda. A assessoria de imprensa do Novo informou que o texto publicado nessas páginas era de autoria da própria equipe do candidato.

A graduação de Sabará, na Faculdade de São Paulo, também é alvo de questionamentos em grupos de WhatsApp de apoiadores do Novo. A instituição, que não existe mais, foi absorvida pela Universidade do Brasil. Sabará afirma ter se formado em 2011, mas só requisitou o diploma em 2016.

Estadão