Crivella atribui inelegibilidade a “ódios e paixões”

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Foto: Reprodução

O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da decisão que o deixou inelegível. Neste domingo, o Ministério Público Eleitoral pediu a impugnação da candidatura do prefeito após o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) o declarar inelegível por unanimidade.

fesa de Crivella no TSE deve ficar a cargo de Admar Gonzaga, ex-ministro da Corte eleitoral e advogado do presidente Jair Bolsonaro na tentativa de criação do partido Aliança pelo Brasil. Admar participou de uma live com Crivella na noite de segunda-feira, em que ele e o prefeito defenderam a tese de que a condenação por inelegibilidade não é obstáculo à campanha pela reeleição. Nesta terça, durante visita ao Hospital Municipal Souza Aguiar, Crivella voltou ao tema:

— Não é raro perder aqui e ganhar lá. O TSE está longe desse diluvio de ódios e paixões que é a politica municipal. Aqui as coisas fervem. Acho que o TRE pode ser que tenha usado essa acusação que o MPE guardou no freezer por dois anos e na hora da eleição ele pegou. O Tribunal usou um rigor grande e mão pesada. Acho que foi de exemplo para todos os candidatos que será duro, tem que seguir a regra, sobretudo quem está no poder para evitar qualquer exagero ou desvantagem em relação aos outros candidatos — disse o prefeito.

Ao ser questionado se o Tribunal Regional Eleitoral estaria sob “ódios e paixões”, Crivella disse que se referia à toda a cidade do Rio:

— Não é o TRE que tem dilúvio, é a cidade. É uma eleição municipal. Aqui existem todos os partidos. Isso tudo de alguma forma influi na eleição, somos todos seres humanos. Isso é natural. Tenho um enorme respeito ao TRE ao Cláudio Brandão, por todos que estão ali compondo e espero que ganham no TSE — explicou Crivella.

O prefeito se referiu à denúncia que causou sua inelegibilidade como um “conta-gotas” e comparou sua situação à do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), condenado pelo TRE-RJ a ficar inelegível em 2018, mas que conseguiu uma liminar no TSE para suspender a pena e participar das eleições daquele ano.

— Não podemos comparar tromba de elefante com conta-gotas e precisamos ter dois pesos e duas medidas. Fui denunciado por ter ido em uma reunião com meu filho à noite, e eles disseram que houve abuso de poder político. Não sei que abuso foi esse se meu filho não foi eleito. Disseram que tinham funcionários da Comlurb, mas sinceramente não identifiquei. Era uma reunião com 50 pessoas em uma escola de samba — defendeu-se Crivella.

O prefeito visitou nesta terça-feira a UTI pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar, que foi inaugurada no início de agosto, também com a presença de Crivella. Na visita desta terça-feira, o prefeito foi acompanhando por dois secretários e cerca de vinte funcionários da prefeitura, entre eles duas equipes de vídeo.

Já em clima eleitoral, Crivella abandonou a máscara de proteção que continha o logo da prefeitura para usar uma com seu nome e comemorou a autorização do presidente Jair Bolsonaro para usar sua imagem durante a campanha conforme o GLOBO antecipou. Outro sinal da aproximação entre os dois é o convite a Admar Gonzaga para assumir a defesa do prefeito no TSE. Gonzaga foi nomeado secretário-geral do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende criar.

Procurado pelo GLOBO, Gonzaga evitou falar como advogado do prefeito por enquanto:

— Não tem nada certo ainda, mas ficarei honrado — declarou.

A defesa do prefeito do Rio na Justiça Eleitoral já contava com o advogado Rodrigo Roca, que atua para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da “rachadinha” envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz.

Segundo Crivella, ele e Admar se conhecem “desde a época do Senado”. Também pesou para o convite, de acordo com o prefeito, o fato de o advogado ter sido ministro do TSE, entre 2017 e 2019, nomeado pelo então presidente Michel Temer. Crivella comemorou ainda o aval de Bolsonaro para sua propaganda eleitoral.

— Li que ele autorizou que nós usássemos e fico muito grato. É um apoio importantíssimo — afirmou Crivella.

O Globo