Demissões coletivas da Lava Jato em SP produz carta
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Na carta de demissão coletiva da força-tarefa da Operação Lava-Jato em São Paulo, revelada pelo Radar, os procuradores dizem que o grupo ainda “tinha muito a produzir em frentes de investigação de enorme importância” e citam divergências internas com a chefe da equipe, a procuradora Viviane de Oliveira Martinez.
“A chegada de uma nova procuradora natural, que sem aparente compromisso com um trabalho desta natureza passou a atuar em diversas frentes criando obstáculos ao trabalho da Lava Jato de São Paulo, fez surgir uma situação inédita: hoje, a titular de um acervo de enorme importância pública não apenas não parece querer se dedicar a ele como se espera, como ainda cria dificuldades para que a Força-Tarefa que, por definição, foi criada precisamente para lhe auxiliar nesse encargo, desenvolva sua missão a contento”, dizem os procuradores que pediram nesta quarta exoneração do grupo paulista.
O documento é dirigido aos conselheiros do Conselho Superior do Ministério Público Federal Mario Bonsaglia e José Elaeres. Na carta, os procuradores listam os trabalhos que ainda estavam sendo conduzidos pela força-tarefa, classificados como de “enorme importância”, envolvendo, por exemplo, “corrupção em grandes obras como em diversas linhas do Metrô de SP e nos trechos Sul e Norte do Rodoanel), setores do sistema financeiro e milionários esquemas de lavagem de dinheiro, tanto no Brasil quanto no exterior”.
“Bem por isso, os signatários, ao mesmo tempo em que noticiam seu desligamento, ficam à disposição da cúpula da instituição, comprometendo-se, a bem do interesse público, a ajudar no que se entender relevante, seja participando de discussões sobre formas de aprimoramento dos atuais modelos de enfrentamento à corrupção, seja colocando-se a serviço de uma eventual nova formatação – não marcada pelos problemas ora expostos – que permita dar continuidade ao trabalho que até então vinham sendo conduzido pela Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo”, dizem.