
Desemprego tem alta histórica no país
Foto: iShoot / Agência O Globo
O desemprego atingiu seu maior nível durante a pandemia. A taxa de desocupação era de 14,3% na quarta semana de agosto e é uma realidade para 13,7 milhões de brasileiros, recorde da série histórica da pesquisa Pnad Covid, iniciada em maio e divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Em maio, a taxa era de 10,5%.
Em apenas uma semana, 1,1 milhão de brasileiros entraram para a estatística de desemprego. O movimento é explicado principalmente pela alta no número de pessoas em busca de uma vaga, após o relaxamento da quarentena.
Pela metodologia do IBGE, é desempregado quem não tem ocupação mas está procurando trabalho na semana de referência da pesquisa. A Pnad-Covid é semanal e não pode ser comparada à Pnad Contínua, mensal.
Ela destaca que o crescimento da taxa de desocupação também se deve às variações negativas da população ocupada.
O número de trabalhadores afastados do trabalho por conta das medidas de isolamento retraiu em 363 mil, correspondendo a 3,6 milhões de pessoas, que representam 4,4% da população ocupada.
Atualmente, segundo o levantamento, 8,3 milhões trabalham remotamente. O nível de ocupação é de 48,3% e a taxa de informalidade 34%.
— No início de maio, todo o mundo estava afastado, em distanciamento social, e não tinha uma forte procura [por emprego]. O mercado de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iam se desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades — afirma a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira..
Cerca de 16,8 milhões de pessoas fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho não o fizeram por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam.
Apesar de apresentar estabilidade em relação a semana anterior (17,1 milhões), esse contingente reduziu em dois meses (19,1 milhões). Atualmente, 74,4 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho.
— Vemos uma maior flexibilidade das pessoas, pressionando o mercado de trabalho, buscando emprego. E esses indicadores ficam refletidos no modo como eles estão se comportando em relação ao distanciamento social — diz Maria Lucia.