Funcionários pobres do HC se infectam mais que médicos

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Foto: Rubens Cavallari

O médico de uma UTI que trata de pacientes de Covid-19 em estado grave pode estar mais protegido contra a doença do que trabalhadores de baixa renda e escolaridade que moram na periferia de uma metrópole como São Paulo.

A conclusão pode ser tirada de um inquérito sorológico que testou cerca de 15 mil profissionais do Hospital das Clínicas de SP que trabalham na área exclusiva de Covid-19. O objetivo da pesquisa era saber se, mesmo assintomáticos, eles já tinham sido infectados pelo coronavírus.

Os resultados impressionam: entre os profissionais que trabalham nas UTIs e que têm contato direto com os doentes, só 6% foram infectados. Já entre os funcionários terceirizados, de setores como os de limpeza, lavanderia e segurança, 45% já contraíram o vírus.

A conclusão é que a maioria dos profissionais foi contaminada pelo coronavírus fora do HC —e que escolaridade, local de residência, uso de transporte público e tempo gasto entre a casa e o hospital, também levantados na pesquisa, são fatores de risco maiores do que o próprio ambiente hospitalar.

Redação com Folha