A história do refrigerante cor-de-rosa

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Foto: Reprodução/Instagram

Na última quinta-feira (29), depois de tomar um gole de Guaraná Jesus, o presidente Jair Bolsonaro questionou se tinha virado “boiola”, em alusão a cor de rosa da bebida. Bisneta do farmacêutico Jesus Norberto Gomes, a jornalista Roberta Gomes classifica a fala como “infame” e acredita que o refrigerante criado em 1927 pelo farmacêutico e que se tornou um ícone do Maranhão ganhará ainda mais destaque no mercado com a repercussão do comentário

“O mais grave é atacar uma bebida que é um patrimônio do estado com uma piada preconceituosa. É o reforço da grosseria e do desrespeito com a comunidade LGBTQIA+ do Maranhão. Mas, agora as pessoas agora querem saber a nossa história. No final das contas, isso vai ser mais positivo do que negativo. Sabendo aproveitar, vamos elevar a história do Guaraná Jesus”, ressalta Roberta.

Nascido em 1891, na cidade de Vitória do Mearim, à 180 quilômetros de São Luiz, Jesus Norberto Gomes chegou à capital com 14 anos, na tentativa de ganhar dinheiro. Analfabeto, foi trabalhar na Farmácia Marques como lavador de potes e tubos.

Dedicado, Gomes aprendeu a ler e escrever, começou a auxiliar na manipulação dos medicamentos e aos 20 anos comprou a Pharmácia Galvão. Em 1927, depois de mais de mil tentativas, criou o refrigerante rosado, inspirado “em uma bebida inglesa que tinha visto”, como conta sua bisneta.

“Essa bebida tem a beleza de ser uma marca criada nos anos 1920, tem toda a história de luta do meu bisavô. É muito difícil você chegar em algum lugar e não ter Guaraná Jesus. Num almoço, casa de família, lanchonete. Aniversário de criança só tem isso, é um produto muito tradicional nosso. Quando tem alguém de fora aqui já colocamos a pessoa para beber”, explica Roberta.

Além da cor e do sabor, adocicado, Gomes ficou atento em chamar a atenção dos clientes e passou a distribuir a bebida em diversos pontos do estado. O criador morreu em 1963 e a família continuou à frente da empresa até os 1980, quando vendeu a marca para à Companhia Maranhense de Refrigerantes, franqueada da Coca-Cola Brasil.

Roberta destaca que, a essa altura, a bebida já estava consolidada no mercado. A jornalista afirma que toda essa trajetória será contada em um documentário sobre o bisavô que será lançado em 2021.

“Já temos relatos da família. Estamos fazendo a recuperação de arquivo e iremos visitar o lugar onde ele nasceu. Os rótulos era ele mesmo quem criava, por exemplo”, lembra Roberta.

Na primeira embalagem, além do nome “Kola Guaraná Jesus”, havia a mensagem: “Excellente refrigerante preventivo do cansaço physico e do resultado eficaz nas depressões causadas pelas bebidas alcoólicas”.

Época

 

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