Boicote a empresa chinesa elevará custo de 5G
Foto: Danilo Verpa/Folhapress
No Brasil há seis anos, Sun Baocheng, 43, é apaixonado pelas belezas naturais do país, pela caipirinha de limão e pelo churrasco.
A familiaridade com a cultura local deu um empurrão para que, neste ano, ele assumisse o comando da Huawei, gigante global de equipamentos de rede de telefonia e internet, aceitando um dos maiores desafios desde que a companhia se instalou no país, há duas décadas.
Alvo de uma disputa global entre EUA e China, a Huawei corre o risco de ser banida do fornecimento de equipamentos para as redes de 5G no Brasil devido a um alinhamento estratégico entre Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump.
Fornecedora preferida das operadoras locais, a fabricante está presente em praticamente todas as redes.
Baocheng afirma que, sem a Huawei, a evolução da tecnologia de quinta geração demoraria até quatro anos para ser iniciada porque as teles teriam de trocar todos os equipamentos, que não conversam com o 5G dos concorrentes. Isso tornaria a evolução da telefonia mais cara para os brasileiros.
Durante entrevista à Folha, feita por videoconferência e com ajuda de uma tradutora do chinês para o português, Baocheng resistiu em dizer com quem fala junto ao governo para tentar reverter o possível banimento de sua empresa do mercado de 5G.
Para ele, um banimento serviria como um sinal ruim de que o país não é mais um território livre e justo para a livre iniciativa e isso comprometeria investimentos estrangeiros.
Redação com Folha