Bolsonaro volta a bajular EUA a troco de nada
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o Brasil dá “clara e sincera” prioridade à relação com os Estados Unidos e que está em curso uma parceria “ousada” entre os dois países. Segundo o presidente, o Brasil e os EUA finalizaram três acordos bilaterais — facilitação de comércio, boas práticas regulatórias e anti-corrupção — que devem “reduzir burocracias e trazer ainda mais crescimento” ao comércio entre os países. O discurso ocorreu durante o US-Brazil Connect Summit, evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
“Há poucos dias, representantes do Brasil e dos EUA concluíram, em tempo recorde, negociação de três acordos há muito demandados pelos setores privados em nossos países, um acordo de facilitação de comércio, um acordo de boas práticas regulatórias e um acordo anti-corrupção”, afirmou Bolsonaro. “Esse pacote triplo será capaz de reduzir burocracias e trazer ainda mais crescimento ao nosso comércio bilateral, com efeitos benéficos também para o fluxo de investimentos”, acrescentou.
Bolsonaro afirmou também que, “em parceira com presidente [Donald] Trump, inauguramos nova etapa de cooperação”. “A prioridade que o Brasil tem nesta relação é clara e sincera”, afirmou o presidente. “Para o futuro, vislumbramos um arrojado acordo tributário, um abrangente acordo comercial e uma ousada parceria entre nossos países para redesenhar as cadeias globais de produção”, acrescentou.
Bolsonaro assegurou que a abertura do mercado de gás natural no país vai aumentar oferta de energia barata. O setor de energia limpa e renovável, na visão do presidente, tem grande potencial de parceria com os EUA.
“Os biocombustíveis também são essenciais nesse processo de reforma de nossa matriz energética, contribuindo para que essa seja uma das mais limpas do planeta. Estou certo de que, também nessa área, há muito trabalho conjunto que podemos realizar com os EUA”, relatou.
O presidente também citou em seu discurso o que considera uma “ambiciosa” agenda de reformas do governo, que garantirá melhor ambiente de negócios, e provocou empresários a olharem a carteira de privatizações e parcerias do PPI.
“Já fizemos a reforma da previdência, que muitos consideravam impossível. O próximo passo será a aprovação da reforma administrativa, que tem o objetivo de modernizar a gestão pública e resultará em economia de cerca de R$ 300 bilhões ao Estado nos próximos dez anos”, afirmou. “Em paralelo, também trabalhamos no projeto de reforma tributária, que promoverá a unificação de impostos e resultará em um sistema de arrecadação mais simples, justo e racional, atendendo uma antiga demanda da população brasileira e dos investidores internacionais”.
O presidente aproveitou o discurso ainda para apelar aos EUA que apoiem o Brasil no processo de acessão à OCDE.