Boneco contra Crivella é barrado em trem no Rio

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução/Redes sociais

Integrantes da candidatura coletiva A Liga (PSB), que concorre a uma vaga na Câmara Municipal do Rio, relataram ter sido barrados na estação da Supervia na Central do Brasil por carregarem um boneco satírico do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição. O vídeo do momento em que os candidatos são barrados, na roleta de acesso aos terminais do trem, foi publicado nas redes sociais por Pedro Gerolimich, um dos sete membros da candidatura coletiva, formada por três homens e quatro mulheres.

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

Perseguidos e barrados no trem pela equipe da supervia, onde está nosso direito de ir e vir? Hoje fomos perseguidos e impedidos de ir e vir pela Central do Brasil, perseguição política que agora será julgada pela justiça, tá feito o Boletim de Ocorrência. Desde que saímos da estação de Bento Ribeiro estávamos sendo monitorados de perto, fomos abordados quatro vezes durante o percurso até a Central do Brasil, ameaças de apreensão, gracinhas e etc, vida que segue, fomos ao Saara fazer nossa atividade. Na volta, quando já havíamos passado o cartão na roleta e a passagem debitada do Rio Card, um funcionário da Supervia entrou na passagem da roleta, impedindo que entrássemos na estação Central do Brasil, mesmo com a passagem já descontada fomos impedidos de passar, alegaram que o volume que transportávamos não era permitido pela Supervia, quem frequenta o trem sabe a mentira que contaram. Pois bem, chamamos a polícia, foi feita a ocorrência e agora esperamos que a Supervia reveja seus conceitos e pare de perseguir as pessoas, já não basta todas as maldades do dia a dia com o povo, principalmente quando retiraram os trens rápidos do ramal Santa Cruz, agora querem calar nossa voz contra esse sistema corrupto, representado pelo Crivella. Fora Crivella e a Supervia que responda na justiça pelas seus abusos. #supervia #superviadepressão #centraldobrasil #censura #riodejaneiro #foracrivella

Uma publicação compartilhada por Pedro do Livro 40.000 (@pedrodolivro) em

De acordo com Gerolimich, o grupo foi abordado quatro vezes por seguranças da Supervia no trajeto entre Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio, e a Central do Brasil, na quarta-feira (21). Os funcionários alertaram que não eram permitidas manifestações políticas nas estações de trem, mas os candidatos argumentaram que apenas transportavam o boneco para uma agenda de campanha na Saara, área de comércio popular no Centro do Rio.

Ao tentarem ingressar novamente na Central após a agenda, para retornarem a Bento Ribeiro, os candidatos foram barrados na catraca. Gerolimich registrou ocorrência no Grupamento de Policiamento Rodoviário (GPFer) da Polícia Militar do Rio. Mesmo com a chegada dos policiais, e depois de o boneco ter sido desmontado e colocado dentro de sacolas, o acesso ao trem não foi liberado.

— Os funcionários argumentaram que é uma “norma padrão” da empresa e também apresentaram uma caixa de papelão usada como referência para medir o tamanho de volumes que podem ser embarcados. Só que o boneco era menor do que isso. E todo mundo que anda de trem sabe que carregam volumes muito maiores – criticou Gerolimich.

Segundo o candidato, o boneco de Crivella já foi levado para agendas de rua em bairros como Madureira e Anchieta, na Zona Norte do Rio, e costuma atrair manifestações favoráveis e contrárias de pessoas na rua, mas sem causar maiores transtornos.

— Algumas pessoas dão um tapinha na cabeça dele, falam “Crivella nunca mais”. Há também situações de pessoas defendendo o Crivella, gritando “Eduardo Paes nunca mais”, como se só tivéssemos essas duas opções – afirma Gerolimich. – Fizemos esta candidatura coletiva para ter uma proposta de cidade mais rica e diversa, e queremos fazer uma campanha alegre, leve, que estimule as pessoas a debater política. Vamos evitar o trem a partir de agora, mas não vamos tirar o boneco da rua. Se tirássemos, seria o mesmo que aceitar esta arbitrariedade.

Procurada pelo Sonar, a Supervia sustentou, em nota, que o manequim carregado pelos candidatos “excedia a dimensão máxima de volumes permitidos para serem transportados nos trens, limitados em prol da segurança operacional”.

A concessionária alegou ainda que o boneco “fazia alusão a uma campanha política” e que a Lei das Eleições, de 1997, proíbe “a realização de qualquer tipo de propaganda eleitoral nos bens públicos e nos bens de uso comum”. A Supervia informou ainda que “não presta apoio a nenhum candidato ou partido político”.

O Globo