Centrão barra privataria bolsonariana
Foto: Wikipédia
Integrantes do próprio governo reconhecem que a principal dificuldade para avançar na agenda de privatizações é interna. Nesta semana a polêmica foi retomada com críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que acordos políticos têm dificultado o andamento dessa pauta.
Em reação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (27) que quem tem paralisado os trabalhos da Casa é a própria base do governo.
A queda de braço entre Maia e Guedes influenciou o humor dos mercados pelo temor de que essa divisão entre os dois dificulte ainda mais a pauta do ajuste fiscal e a votação da chamada PEC emergencial.
Há, sim, uma pressão ideológica de partidos de esquerda para impedir a venda das estatais.
“Mas, desde que o Centrão entrou na base do governo, a agenda ficou inviabilizada”, afirmou ao blog um auxiliar próximo do presidente Jair Bolsonaro. Por isso, inclusive, Paulo Guedes culpou de forma mais ampla a política pelo atraso dessa pauta.
De forma pragmática, o próprio presidente Jair Bolsonaro abandonou essa agenda e passou a distribuir cargos em estatais para afilhados de políticos do Centrão. Foi essa paralisia que levou, recentemente, a saída do governo do empresário Salim Mattar do cargo de secretário de Desestatização.
“A reação de partidos de esquerda já era esperada. A grande surpresa é a postura do presidente Jair Bolsonaro que abandonou essa bandeira de campanha e agora não fala mais em privatizar estatais”, reforçou um parlamentar da base aliada.