Ministros do STF dizem que plágio e currículo turbinado são “normais”
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Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) minimizaram o impacto que as suspeitas de plágio que agora recaem sobre Kassio Nunes Marques possam ter sobre sua indicação à corte. Eles não acreditam que as novas revelações terão impacto efetivo sobre o desembargador defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
À coluna, os ministros citaram exemplos de integrantes do próprio Supremo que já sofreram acusação similar no passado e que também já apresentaram “problemas” em seus currículos.
Como informou O GLOBO, a tese de mestrado defendida por Kassio Nunes Marques tem pelo menos três trechos idênticos a de artigos escritos por outro autor, o advogado Saul Tourinho Leal.
Em 2017, quando Alexandre de Moraes foi indicado ao Supremo pelo então presidente Michel Temer, um professor de Direito alertou nas redes sociais que um livro do então indicado ao STF continha trechos idênticos do trabalho de um jurista espanhol. Um ano depois, a Comissão de Ética da USP afirmou que não há evidência de plágio na obra.
Um dos magistrados ouvidos pela coluna afirmou que “já viu esse filme antes” e lembrou que chegou a circular na corte um dossiê contra um candidato ao STF. O documento dizia que o advogado havia copiado trechos de um autor italiano. O nome acabou limado, mas por outro motivo: o vazamento precoce de sua indicação.
Outro magistrado disse que Kassio Nunes Marques não é reconhecido no Supremo por suas qualidades no meio acadêmico e que isso não muda a imagem que ministros já tinham do desembargador. Um quarto ministro preferiu não comentar o fato. Até o momento, eles não acreditam que a suspeita de plágio vai inviabilizar a nomeação.