Russomano diz que trabalha para não “desidratar”

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Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

O marqueteiro Elsinho Mouco rechaça a tese de que o endosso do presidente Jair Bolsonaro à candidatura do seu cliente, o deputado e apresentador Celso Russomanno (Republicanos), traria consigo a alta rejeição de eleitores na capital paulista. Para Mouco, a presença de Bolsonaro no primeiro turno da campanha é uma espécie de antídoto contra a desidratação de Russomanno, cuja candidatura é alvo de ataques dos rivais.

Assim como este ano, nas disputas à prefeitura em 2012 e 2016, Russomanno largou na frente nas pesquisas, mas viu sua imagem ser desconstruída pelos adversários e não chegou sequer ao segundo turno.

— A chegada do Bolsonaro e do bolsonarismo à campanha traz ao Russomanno uma segurança de não desidratação. Nosso problema não é crescer, mas manter o que temos. Porque todas as campanhas atacam — afirma Mouco.

De acordo com o Datafolha, entre os eleitores da capital paulista, 46% consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo e 39% reprovam a gestão do governador João Doria (PSDB). Essa percepção do eleitorado é tida como um termômetro sobre o efeito do apoio dos padrinhos políticos associados a seus candidatos na corrida eleitoral paulista.

Mouco rejeita a pecha de que a rejeição de Bolsonaro na capital poderia colar em Russomanno e o impediria de crescer no eleitorado.

— O Russomanno sempre foi candidato na pessoa física, mas hoje ele é na pessoa jurídica. Representa uma leitura federal. O eleitor sabe que esse alinhamento do prefeito com o presidente sempre traz mais recursos — afirma o marqueteiro.

Ele lembra exemplos de ex-prefeitos que venceram as últimas eleições na capital e que tinham padrinhos. E cita casos mais recentes de Fernando Haddad em 2012 e João Doria, em 2016. Haddad venceu com o apoio do ex-presidente Lula e Doria com Geraldo Alckmin (PSDB) e depois com Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018.

— Todos eles foram projetados pelos padrinhos — sentencia Mouco.

O marqueteiro também afirma que a candidatura de Russomanno terá forte apelo popular como forma de se contrapor a gestão do PSDB, que, segundo ele, não privilegia a periferia, região onde o apresentador de TV e candidato tem grande densidade eleitoral.

Nesse sentido, a proposta para se comunicar com esse eleitor e vencer a resistência a Bolsonaro em alguns nichos seria o auxílio paulistano, uma versão municipal do benefício emergencial pago aos afetados pela pandemia.

— Não vamos disputar o eleitor da USP. A cara do eleitor do Russomanno é o SUS. Vamos trabalhar da periferia para o Centro, ao contrário do que os tucanos e petistas sempre fizeram. Vamos pegar do Jardim Angela, na periferia, para o Jardim Europa, onde mora o Doria. O nosso eixo são esses 2, 6 milhões de paulistanos que recebem o auxílio emergencial. E a chegada do Bolsonaro torna isso crível.

O Globo