Nacionalismo de Bolsonaro para em Trump
Foto: Editoria de Arte
O nacionalismo, tanto de esquerda como de direita, sempre foi forte no Brasil. No dia 3 de maio de 1953, por exemplo, um editorial do “New York Times” disse que “o Brasil recorda a França em muitas coisas”, referindo-se à força do nacionalismo nos dois países. Portanto, quando Bolsonaro rebate a fala de Joe Biden sobre a Amazônia, dizendo que “nossa soberania é inegociável”, acaba mexendo com os brios de muitos. Não que esteja errado.
Mas o que dizer da sabujice do nosso presidente em relação a Donald Trump? Há duas semanas, ele emprestou o solo brasileiro para que o secretário de Estado Mike Pompeo fosse até a fronteira da Venezuela, governada por uma ditadura, diga-se sempre, para fazer um discurso que agrada ao eleitorado latino da Flórida, um estado fundamental na eleição dos EUA. O mesmo Pompeo tentou, logo depois, uma entrevista com o Papa Francisco. O pontífice se recusou a servir de palanque político e pediu para ele voltar depois da eleição. Outra coisa: 48 horas antes de Biden protestar contra o descaso do Brasil em relação ao meio ambiente, o governo “passou a boiada” e enfraqueceu a proteção aos manguezais e restingas. Não dá para reclamar.