Russomanno e Boulos prometem auxílio emergencial a paulistanos

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Foto: Ana Paula Paiva/Valor

O candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou nesta sexta-feira que, se for eleito, implementará um programa de transferência de renda para 3 milhões de pessoas, o “Renda Solidária”, nos moldes do auxílio emergencial do governo federal.

Boulos disse que o valor do benefício ainda não está definido, mas deve ser, em média, de R$ 350. Líder na disputa paulistana, o deputado Celso Russomanno (Republicanos) também propôs a criação de um programa semelhante, o auxílio emergencial paulistano, para 2,6 milhões de pessoas, ainda sem um valor definido.

Em transmissão ao vivo pela internet, Boulos lançou oficialmente a proposta e disse que deve ser a principal de seu programa de governo.

“Vamos atender um milhão de famílias. Isso representa 3 milhões de pessoas”, disse o candidato. O benefício alcançaria cerca de um quarto da população que vive em São Paulo, estimada em 12,3 milhões pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Vamos acabar com a extrema pobreza”, disse. A campanha de Boulos planeja um benefício entre R$ 300 e R$ 400.

O candidato disse que usará o cadastro do Bolsa Família para atender a população mais carente e que fará busca ativa para ampliar o número de beneficiários, como as pessoas em situação de rua. “Vai tirar São Paulo da crise”, disse Boulos, na transmissão ao vivo hoje.

A proposta consta no programa de governo do candidato, mas sem detalhar o valor do benefício, nem quantos poderão recebê-lo. “Criar o Programa de Renda Solidária, reestruturando e ampliando o programa existente para garantir que nenhuma família vulnerável em São Paulo fique sem uma renda mínima”, diz o programa registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o programa, a prefeitura deve “cobrar e recuperar a dívida ativa para constituir recurso financeiro para programas sociais”.

Boulos é o candidato de esquerda mais bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto. Está em terceiro lugar na disputa, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. O candidato passou de 9% para 12% em relação à pesquisa anterior do instituto, de duas semanas atrás. Jilmar Tatto, do PT, oscilou de 2% para 1%.

Russomanno variou de 29% para 27%; e o prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, foi de 20% para 21%, segundo o Datafolha. Os dois candidatos estão empatados tecnicamente, no limite da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Com a proposta do programa de transferência de renda, Boulos te ntará atrair o eleitorado da periferia, que tem se mostrado mais favorável a Russomanno. O candidato do Psol tem maior intenção de voto entre os mais ricos, segundo o Datafolha.

Russomanno tem preferência entre os eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos e chega a 34% das intenções de voto nessa fatia do eleitorado, ante 18% de Covas, 8% de Márcio França (PSB) e 5% de Boulos. Entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários mínimos, Covas e Boulos têm o mesmo percentual de intenção de votos, 25% cada, seguidos por Russomanno, com 14% e Márcio França, com 13%.

A pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S. Paulo”. Foram ouvidos 1.092 eleitores entre os dias 5 e 6 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento está identificado na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-08428/2020.

Valor Econômico