Trump cortou vídeo para esconder tosse

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Foto: Reprodução / Casa Branca

Um vídeo publicado pelo presidente Donald Trump no Twitter na noite deste sábado, quando ele já estava internado no Hospital Walter Reed, pode ter sido editado, supostamente para esconder uma tosse, segundo o jornal americano The Washington Post. A gravação havia sido divulgada justamente para tentar mostrar que Trump estava bem após ter sido diagnosticado com Covid-19.

Também no Twitter, um dos assessores de Trump, Jason Miller, publicou o vídeo e ressaltou que a gravação havia sido feita em “uma tomada”. No entanto, editores de vídeo apontaram que essa afirmação, provavelmente, não é verdadeira.

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No vídeo abaixo (a edição teria sido feito entre o minuto 1:04 e 1:05), é possível ver que a posição dos ombros do presidente muda repentinamente. O Washington Post sugere que o recurso pode ter sido usado para esconder uma tosse do presidente.

 

Na edição, segundo especialistas em vídeo, teria sido usado um efeito chamado “fluid morph” do programa de edição Adobe Premiere. Trata-se de uma ferramenta utilizada para tentar esconder cortes. Na internet é possível achar vídeos mostrando como o efeito funciona.

Um dos especialistas que se manifestou sobre a suposta edição foi Austin Flack, que já editou, por exemplo, o reality show americano Catfish. “Como uma pessoa que utiliza o fluid morph no Media Composer [outro programa de edição] diversas vezes por dia: isso certamente parece um (mal escondido) morph cut”, publicou Flack no Twitter.

Na gravação, pálido, um pouco abatido e sentado à mesa, Trump disse que não se sentia bem quando chegou ao hospital, mas que naquele momento se sentia “muito melhor”.

No mesmo dia, dúvidas sobre o real estado de saúde do presidente tomaram os noticiários, em meio a declarações contraditórias de sua equipe médica e de representantes da Casa Branca.

Em uma entrevista coletiva no início da tarde, sua equipe médica se esquivou de responder perguntas detalhadas sobre o estado de saúde do presidente e sobre seus exames, afirmando apenas que ele estava “muito bem”, sem febre há 24 horas, com sinais vitais bons e que sua tosse, fadiga e congestão nasal estavam diminuindo.

Minutos depois da entrevista coletiva, no entanto, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mike Meadows, disse a repórteres que o quadro do presidente era “muito preocupante” e que ele ainda não estava fora de perigo. Meadows havia pedido para falar sob anonimato, mas sua identidade foi revelada por um vídeo publicado na internet. Mais tarde no sábado, em entrevista à Fox News, ele afirmou que Trump teve febre na sexta-feira e que sua oxigenação “havia caído rapidamente”.

À imprensa americana, fontes próximas ao presidente disseram que ele chegou a receber oxigênio no dia 2, antes de ser levado para o hospital. Questionado no domingo sobre o assunto, Conley confirmou o uso de oxigênio na sexta, mas se esquivou de falar sobre sábado, dizendo que, “se ele recebeu, foi pouco”.

O Globo