União Europeia prepara sanções contra ditadura Bielorrússia

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Foto: BelaPAN / via REUTERS

A União Europeia (UE) anunciou, nesta segunda-feira, que está pronta para aplicar sanções ao presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, após um novo dia de repressão violenta às manifestações da oposição. No domingo, mais de 700 pessoas foram presas na capital, Minsk, pouco antes do início de um protesto contra o presidente.

As sanções incluem a proibição de viajar para a UE e o congelamento de bens contra responsáveis pela manipulação das eleições e pela repressão aos protestos

O país têm registrado grandes manifestações semanais denunciando fraude eleitoral no pleito que garantiu a reeleição de Lukashenko, à frente do governo desde 1994.

“De acordo com a abordagem progressiva que foi adotada, a UE está pronta para tomar outras medidas restritivas, especialmente contra entidades e funcionários de alto escalão, incluindo Alexander Lukashenko”, afirmaram os ministros das Relações Exteriores da UE após uma reunião em Luxemburgo.

Com isso, o bielorrusso será adicionado à lista de 40 altos funcionários do país que já foram sancionados pela UE.

Pouco antes dessa declaração, duas fontes diplomáticas haviam assegurado à AFP que os chanceleres chegaram a um acordo para obter a unanimidade necessária para a aplicação das sanções.

— Membros da família do presidente também serão sancionados — revelaram as fontes.

Em sua última cúpula, realizada em Bruxelas, os líderes da UE se abstiveram de punir o presidente diretamente, na esperança de persuadi-lo a dialogar com as forças da oposição e resolver a crise. No domingo, no entanto, a polícia bielorrussa dispersou novamente contra manifestante em um protesto na capital, aumentando as pressões externas.

Mesmo assim, Lukashenko anunciou, na última semana, uma lista de autoridades europeias proibidas de entrar na Bielorrússia, pediu às embaixadas da Polônia e da Lituânia que reduzissem seu quadro de funcionários em Minsk e cancelou o credenciamento de jornalistas da imprensa internacional.

Nesta segunda, ao chegar a Luxemburgo, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, pediu publicamente sanções contra o chefe de estado bielorrusso.

— A violência continua, perpetrada pelo regime de Lukashenko; ainda há prisões de manifestantes pacíficos, por isso devemos considerar como proceder — disse Maas. — Sugeri que estabeleçamos um novo pacote de sanções. E Lukashenko deve estar entre as pessoas que mais tarde serão sancionadas.

A UE não reconhece o resultado das eleições de agosto e não considera Lukashenko o presidente legítimo da Bielorrússia. Vários países do bloco convocaram seus embaixadores em Minsk para consultas.

Os ministros também iniciaram conversas sobre a eventual adoção de sanções contra a Rússia, pelo envenenamento do líder da oposição Alexei Navalny.

— Apresentamos uma proposta junto com a França — disse Haas.

O Globo