Vantagem de Biden segue maior em Estados-chave
Foto: Jim Watson/AFP; Saul Loeb/AFP
A uma semana das eleições presidenciais americanas, ainda é difícil apontar um vencedor claro da disputa. A média das principais pesquisas eleitorais do país aponta uma vantagem de Joe Biden no voto nacional de 7 pontos percentuais em relação a Donald Trump. Já nos colégios eleitorais, a disputa continua acirrada e imprevisível, apesar de parecer favorável aos democratas.
Diferentemente do Brasil, o voto nos Estados Unidos não vai diretamente para os candidatos escolhidos pela população. O que os competidores buscam é conquistar a maioria dos votos dos delegados que compõem o Colégio Eleitoral.
Nesse sistema, cada estado recebe um certo número de delegados baseado no tamanho de sua população. Em geral, o candidato que receber mais votos populares em uma região leva todos os representantes eleitorais correspondentes. Ao final, aquele que tiver 270 ou mais delegados é declarado vencedor.
Dessa forma, o vencedor não é sempre o candidato que tem mais votos em nível nacional, e sim o que conquista mais eleitores em estados-chave. Regiões em que a população costuma mudar muito a direção de seus votos em cada eleição são as mais importantes para as campanhas e para a definição de um vencedor.
Neste ano, ao menos 13 estados estão sob os holofotes: Arizona, Flórida, Geórgia, Iowa, Michigan, Minnesota, Nevada, New Hampshire, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia, Texas, Virgínia e Wisconsin. Em 10 deles Joe Biden lidera atualmente nas pesquisas.
Nas eleições de 2016, Donald Trump saiu vitorioso na grande maioria dessas regiões em sua disputa contra a democrata Hillary Clinton. Uma mudança na direção dos votos em estados como Iowa, Ohio e Texas pode representar um grande revés para o republicano.
O ex-vice-presidente democrata Joe Biden tem boa vantagem em New Hampshire e Virginia, onde está mais de 10 pontos percentuais na frente de Trump. Nos estados de Michigan, Minnesota, Nevada e Wisconsin, também mantém uma dianteira confortável.
As regiões onde a disputa está mais apertada e que prometem surpresas são Arizona, Flórida, Geórgia, Iowa, Carolina do Norte, Ohio e Texas, com destaque para Ohio e Geórgia, onde Donald Trump tem atualmente menos de 1% de vantagem.
Os estados da Flórida e do Texas também são objeto de atenção, já que pelo Colégio Eleitoral representam muitos votos para o candidato que vencer ali. Enquanto a Flórida garante 29 delegados, o Texas é responsável por 38 representantes. Há 538 delegados em disputa — e o vencedor precisa receber 270 deles ou mais.
Para garantir suas posições nos estados-chaves, os dois candidatos têm dedicado seus últimas dias de campanha a viagens pelas regiões mais importantes. Joe Biden se aventura nesta terça-feira, 27, na Georgia, enquanto Donald Trump viaja para Michigan, Wisconsin, Nebraska e Nevada.
Na última semana de campanha, o presidente republicano está radiante depois de conseguir uma importante vitória política após a confirmação no Senado de sua candidata para a Suprema Corte, Amy Coney Barrett, com a qual busca atiçar os eleitores mais conservadores e a direita religiosa e colher votos na área central dos Estados Unidos.
Nesta terça viajou para o Michigan, estado que ganhou em 2016 mas que quatro anos depois se inclina para Biden, de acordo com as pesquisas. No entanto, o presidente se prende ao fato de na eleição passada muitas pesquisas terem se equivocado, quando venceu a eleição.
Irá ainda para La Crosse e West Salem no Wisconsin, tentando diminuir a vantagem de Biden nas pesquisas. Em um dia cheio, ele também visitará o Nebraska e finalizará a jornada em Nevada.
Em uma aposta arriscada, Biden visita nesta terça-feira a Georgia, um estado que vota pelos republicanos há décadas e que ninguém teria sonhado em mudar de ideia, mas no qual os candidatos estão lado a lado, segundo as pesquisas.
Sua companheira de chapa, a senadora democrata pela Califórnia Kamala Harris, também estará em território republicano em uma tentativa de tirar o Arizona e Texas de Trump, dois estados em que uma mudança demográfica poderia modificar a dinâmica partidária.
As agendas do dia tanto de Biden como de Harris mostram uma estratégia pouco convencional, que busca cobrir todas as brechas e caminhos inesperados que podem levá-los a somar os votos eleitorais que precisam para chegar à Casa Branca.