2a onda ou repique de covid?

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Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Após a declaração, nesta quinta-feira, do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que o Brasil vive um “repique” e não uma “segunda onda” da Covid-19, seguiu-se um debate sobre se o general usou corretamente os termos. Afinal, como se deve batizar o ciclo epidemiológico pelo qual o país passa agora?

A resposta imediata de especialistas para essa pergunta é que não existe consenso para uma definição técnica, científica e objetiva de o que seja a “segunda onda” de uma epidemia. Ao gosto do freguês, podem ser usados os termos “repique”, “recrudescimento” ou “rebote”.

O que é importante para os especialistas neste momento é que o Brasil passa por uma “reversão de tendência” na epidemia: o número de casos, que estava caindo, agora está subindo. A situação, de qualquer forma, não é a mesma em diferentes estados ou municípios. Por ser um país de grande extensão e muitos centros urbanos separados, convém olhar caso a caso. Os números nacionais de Covid-19 escondem um mosaico de situações específicas.

É consenso entre especialistas que, apesar de alguns lugares terem conseguido frear o aumento explosivo de casos que se viu até abril, poucos deles chegaram de fato a debelar a epidemia.

De acordo com o coletivo de cientistas Observatório Covid-19 BR, São Paulo e Rio de Janeiro passaram a maior parte da pandemia depois de maio com o número de reprodução da epidemia, a variável R, num valor em torno de 1. Isso significa que a epidemia não estava acelerando, mas também não estava desacelerando.

Essa constatação é consistente com a medida de que, em média, a disseminação do vírus não foi controlada no Brasil. A afirmação de que “a primeira onda não passou” se refere em geral a esse fenômeno.

Para elaboração de políticas públicas para deter o vírus, de qualquer forma, não importa se o país está em primeira ou segunda onda. Os dados objetivos que existem para o poder público usar devem ser o número de casos ativos da doença e a velocidade com que eles crescem ou diminuem.

Dito isso, o Brasil é um país onde a consistência dos dados dificulta o diagnóstico da situação.

A falta de testagem para Covid-19 na maioria dos estados também é um problema e torna difícil avaliar a situação em tempo real. A maior parte dos testes são aplicados a pacientes com sintomas graves, e a Covid-19 se espalha sobretudo por pessoas com sintomas mais leves da virose que não se isolam, ou aqueles sem sintomas perceptíveis.

Para contornar os obstáculos, cientistas olham para outros dados, como o de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), um diagnóstico que é feito baseado em sintomas e notificado nacionalmente pelo sistema Sivep-Gripe.

É sabido que a maioria dos casos de SRAG em 2020 são de Covid-19. Outro dado, que está mais fragmentado entre estados e municípios, é o número de novas internações hospitalares, sinal de que a pandemia está em alta.

No longo prazo, os números mais robustos que existem para medir o impacto da pandemia são aqueles relacionados a mortes, porque um óbito por Covid-19 é menos propenso a ficar sem diagnóstico do que um caso leve.

Como a evolução de manifestação de sintomas até uma morte pode demorar três semanas, porém, não é recomendado que se espere uma alta na mortalidade para atestar que a epidemia está crescendo.

Há fartos indícios de que na maioria dos centros urbanos do Brasil, agora, a epidemia vive um momento de reversão de tendência, evidenciado por números de internações, conforme mostra o Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, ou de SRAG, compliados pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz.

O Globo 

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