Bolsonaro ajuda Crivella a espalhar fake news no Rio

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Foto: Palácio do Planalto | Marcos Correa / Presidência

Uma semana depois de o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) fazer a acusação falsa de que o seu adversário no segundo turno, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), teria feito um acordo para entregar a Secretaria Municipal de Educação ao PSOL, o que levaria a ter “pedofilia nas escolas”, o presidente Jair Bolsonaro repetiu parte da alegação em transmissão ao vivo pela internet na noite desta quinta-feira. Depois de reiterar seu apoio a Crivella, pela primeira vez no segundo turno, ele citou o exemplo do Rio de Janeiro, sem mencionar o nome de Paes:

— Por exemplo, vamos supor, o Rio de Janeiro: o candidato a prefeito lá prometeu ao PSOL a secretaria da Educação. Pô, se esse cara ganhar, não reclame do lixo que o teu filho vai ter quando chegar em sala de aula.

Tanto Paes quanto o PSOL já anunciaram, na semana passada, que processariam Crivella pelas declarações feitas em um vídeo gravado ao lado do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), na quinta-feira da semana passada. O candidato do DEM disse que que acionaria a Justiça por “essa gravíssima e mentirosa acusação”.

Na live com Otoni, Crivella afirmou ter ouvido, sem apresentar informações que sustentassem a afirmação, que o PSOL “vai tomar conta da secretaria de Educação” numa eventual gestão Paes. Em vídeo transmitido em resposta ao prefeito, Freixo negou que o PSOL vá integrar um possível governo Paes e disse que o partido e seus sete vereadores eleitos “farão oposição a ele, uma oposição responsável”. O PSOL carioca pregou, em resolução divulgada na semana passada, um “não voto” em Crivella.

— O PSOL está com Eduardo Paes. Dizem que vai tomar conta da secretaria de Educação. Você imagina, pedofilia nas escolas? Eu fico imaginando um irmão meu evangélico, metodista, assembleiano, alguém da Universal. Jesus disse que o Reino de Deus é das crianças. Jesus se comparou às crianças. E nós vamos aceitar pedofilia na escola? No ensino infantil? — disse Crivella, na gravação.

Ao lado do prefeito do Rio, Otoni reforçou as acusações falsas de Crivella dizendo que “é um risco que estamos correndo se Eduardo for eleito”. Otoni é investigado no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), e já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de difamação, injúria e coação por ter xingado o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

“Em primeiro lugar, não há qualquer acordo político, nem troca de cargos com o Psol, nem de minha parte, nem da deles e, esta atitude reflete o desespero dele com a crescente perspectiva de derrota nas urnas, mas não imaginava que seria capaz de ir tão longe na baixeza e na mentira. Ele será processado eleitoral, cível e criminalmente por essa gravíssima e mentirosa acusação”, respondeu Paes, em nota.

A fala de Bolsonaro ocorreu ao fim de quase uma hora e vinte minutos de live, na qual ele pouco falou de política. O presidente disse que irá ao Rio no domingo votar e que “o pessoal já sabe” em quem ele vai votar.

— Que eu fiz campanha pro Marcelo Crivella. Não me interessa pesquisa, que eu nunca acreditei em pesquisa — acrescentou.

Havia um material de campanha de Crivella sobre a mesa durante a live, mas Bolsonaro não o exibiu.

Ele ainda desejou boa sorte e “uma boa decisão” para os eleitores que vão votar no segundo turno e pediu que eles levem em conta o partido ao qual o candidato pertence. Ele ainda defendeu que seus apoiadores não votem em siglas de esquerda, citando PT, PCdoB, PSOL e PDT.

— O que esse partido defende, sempre defendeu, ideologia de gênero, desgaste de valores familiares, ignorando educação, um montão de coisas. Veja o que esses partidos defenderam pra você então não votar nesses candidatos a prefeitos desses partidos, que vocês sabem, PT, PCdoB, PSOL, PDT, entre outros ali. É esse o apelo que eu faço. Por que? O futuro do teu filho vai passar pelas mãos desse prefeito. Esse prefeito vai decidir se a escola vai estar fechada ou não e o que, em parte, vai ser ensinado em sala de aula, o que ele vai defender. O que, muitas vezes, esse candidato a prefeito prometeu a um partido coligado a ele — declarou Bolsonaro.

Referindo-se a eleição na capital paulista, ele lembrou que o seu candidato, Celso Russomanno (Republicanos), perdeu e não foi ao segundo turno, e se isentou de apoiar alguém para o próximo domingo. Ele fez breves comentários sobre os dois candidatos, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL):

— Agora vocês podem decidir entre o Covas e o Boulos. O Covas declarou que não votou em mim no segundo turno, em 2018, então ele votou no PT, votou no Haddad. E o outro cara, do PSOL, é conhecido. Não vou dar dica, não vou entrar em política aqui, cada um decida da melhor maneira o seu voto agora em São Paulo. Então, tô fora dessa — declarou.

O presidente também falou sobre a pandemia da Covid-19 e comentou que há alguns prefeitos no país falando em “novo confinamento, lockdown”. Ele frisou que “agora é tarde” para aqueles que estão em cidades em que prefeitos defensores da medida já foram reeleitos.

— Tá falando em lockdown, alguém tá contra? Você tinha que ter visto… Será que você não consegue entender que o que ele fez ao longo desse… de março pra cá, basicamente, começou a pandemia, e ele foi reeleito, o que é que tá na cabeça dele? Eu fiz certo. Vou continuar o lockdown. Agora, pode mudar isso onde? Onde tem segundo turno. Eu vou dar dica pra você? Não. Você que decida aí… não sei quantos, aproximadamente ou mais ou menos 100 municípios teremos segundo turno ainda, então dá tempo de você ver isso. E, também, muito importante: vê o partido que o cara tá e o partido que ele tá coligado. Meu Deus do céu, será que é difícil escolher assim?

O Globo

 

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