Bolsonaro deve conseguir emplacar Ramagem na PF

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Foto: Adriano Machado/ Reuters

A troca do comando da Polícia Federal voltou a ser ventilada nos bastidores do órgão e também do Palácio do Planalto. Para integrantes da cúpula da corporação e auxiliares de Jair Bolsonaro, a substituição do atual diretor-geral da PF, Rolando de Souza, pelo diretor da Abin, Alexandre Ramagem, “é questão de tempo”. É dado como certo, porém, que a substituição não vai acontecer antes de a PF concluir o inquérito que envolve o ex-ministro Sergio Moro e Jair Bolsonaro.

Tanto o órgão quanto o governo avaliam que, se o presidente fizer qualquer troca antes disso, dará um tiro no pé. O Planalto acredita que, no mais tardar, em março, o caso deve ser arquivado e o caminho estará aberto para a mudança. Mas, antes disso, a data e o formato do depoimento do presidente na investigação que apura se ele interveio no órgão precisam ser decididos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro não esconde de pessoas próximas que não abandonou o plano de colocar Ramagem no comando da PF. O chefe da Abin também já verbalizou para colegas que essa é sua meta e já disse que não quer ser ministro, segundo palacianos. Em abril, Ramagem foi nomeado diretor-geral da PF por Bolsonaro, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação. O delegado é próximo da família Bolsonaro e amigo dos filhos do presidente.

Se a troca for efetivada, a expectativa é que Rolando de Souza seja adido da PF em alguma embaixada mais cobiçada, em países da Europa ou nos Estados Unidos. Atualmente, há um posto em aberto em Portugal que havia sido prometido para Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF demitido por Bolsonaro e pivô da saída de Moro do governo. Em 2021, porém, importantes vagas abrirão, como as de Roma, Londres e Washington.

Uma nova troca não é vista com bons olhos por grande parte dos integrantes da PF. A mudança de chefia tem sido uma constante no órgão desde novembro de 2017. Cinco delegados já passaram pelo comando da corporação em pouco mais de dois anos. Além disso, Rolando é muito bem avaliado pelos próprios pares.

O Globo 

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