Bolsonaro firma pacto com governadora de SC

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Foto: Reprodução

A visita de Jair Bolsonaro a Florianópolis, nesta sexta-feira, é mais um gesto da reaproximação do Palácio do Planalto com o governo de Santa Catarina, agora chefiado por Daniela Reinehr. Depois de viajar a Brasília na quarta-feira, a governadora recepcionou o presidente no aeroporto Hercílio Luz nesta manhã.

Daniela Reinehr assumiu o cargo após o afastamento de Carlos Moisés (PSL) no mesmo processo de impeachment do qual ela se livrou, no mês passado. O governo antecessor deixou de ser considerado um aliado do governo federal ao longo de 2019, quando Moisés fez movimentos para se desvincular da imagem do presidente, até então no PSL e com aprovação em queda.

O gesto mais prático de alinhamento de Daniela Reinehr ao governo federal veio com a nomeação do general Ricardo Miranda Aversa para sua Secretaria da Casa Civil, responsável pela articulação política. Miranda é próximo ao general Braga Netto, chefe da Casa Civil de Bolsonaro, e foi indicado pelo deputado federal Coronel Armando (PSL-SC), ex-vice-líder do governo na Câmara.

— O general (Ricardo Miranda) é amigo do Braga Netto. Eles estiveram na Comissão do Exército Brasileiro em Washington, o que facilita a proximidade com o Palácio do Planalto. A Daniela é da linha do presidente, e essa aproximação vai facilitar a condução do governo dela — afirmou Armando.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada de Daniela Reinehr, disse que a governadora agora vai começar a retomar a base que a elegeu, há meses rompida com Moisés.

— Os eleitores (que elegeram o PSL em Santa Catarina) eram do Bolsonaro, não do Moisés. As pessoas vão começar a observá-la. A ida do presidente a Florianópolis mostra muito que ele está disposto a chancelar (o governo de Daniela Reinehr). É uma espécie de chancela — declarou Zambelli.

Desde que assumiu o governo, em 27 de outubro, Reinehr tem sido cobrada pela militância bolsonarista a “se provar uma conservadora de verdade”, em referência ao seu antecessor, que perdeu parte de sua base na Assembleia Legislativa (Alesc) ao criticar Jair Bolsonaro.

Reinehr acenou a esse público em seu discurso de posse, quando afirmou que “Santa Catarina não pode parar”, mostrando-se contrária a novas medidas sanitárias que pudessem prejudicar o comércio.

Os acenos ao bolsonarismo, no entanto, já começaram a render críticas a Reinehr. No feriadão de Finados, ela apagou duas publicações no Twitter depois de ser cobrada por apoiadores, em especial o deputado estadual Jessé Lopes (PSL), pelas declarações que, segundo eles, vão contra as ideias bolsonaristas sobre a pandemia.

Em 31 de outubro, ela pediu aos catarinenses que tomassem cuidado com o coronavírus e que lavassem as mãos e usassem máscaras. Em seguida, Lopes tuitou: “Neste feriado SAIA de CASA!! Vá viajar, vá no parque ou na praia!! E se puder NÃO USE MÁSCARA!”. Horas depois, Reinehr excluiu o seu tuíte.

A imprensa local criticou o recuo da governadora, ainda mais porque uma equipe da NSC TV, afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, foi agredida no dia seguinte enquanto registrava imagens de banhistas que estavam desrespeitando as regras sanitárias.

Naquele dia, Reinehr foi ao Twitter para repudiar o ato de violência contra os jornalistas, chamando de “inadmissíveis” as agressões. Alguns apoiadores, entre eles Jessé Lopes, a criticaram, e a governadora mais uma vez apagou o tuíte.

— Me decepcionei com o tuíte dela. Não gostei, porque parecia que era o Moisés escrevendo. Não era essa a postura que a gente espera dela. Não queremos que ela fique exaltando esse tipo de medida (sanitária de combate à pandemia) — disse Jessé Lopes ao GLOBO.

Apesar das demonstrações de que ela deve seguir a direção contrária de Carlos Moisés, Daniela Reinehr ainda não reconquistou a confiança de ex-aliados como Lopes e Ana Campagnolo, também deputada estadual. Ambos exigem que a governadora revogue imediatamente os decretos estaduais visando combater a pandemia do coronavírus, elaborados por Moisés.

Campagnolo foi questionada por uma seguidora no Instagram se “seria demais sonhar que Daniela Reinehr derrubasse os decretos (de Moisés)” e respondeu: “sim, seria”. Outro fã lhe pediu que conversasse com a governadora interina para “ajudá-la a fazer um governo conservador”. A deputada disse que duvidava de que aquilo fosse possível, mas que na semana seguinte levaria a Reinehr “propostas bolsonaristas para fazê-la mostrar trabalho”. “Bora ver o conservadorismo dela”, completou.

Karina Kufa, advogada do Aliança pelo Brasil e mobilizada na defesa de Reinehr durante o processo de impeachment, entretanto, afirmou esperar que a governadora não fique refém do bolsonarismo mais radical.

— Esse processo mostrou que ela não pode ser dependente desse tipo de críticas. Tem que aceitar as críticas construtivas. A Daniela sempre foi a favor do uso de máscara e álcool em gel, por exemplo, que são posturas mínimas de higiene e segurança. Agora, em relação ao lockdown ela sempre se posicionou contrária, justamente para não prejudicar a economia. Acredito que ela vá seguir esse posicionamento dela — afirmou Kufa.

O Globo 

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