Campanhas em SP ignoraram pandemia

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Foto: Patrícia Cruz

Na reta final da campanha pela Prefeitura da capital, um primeiro resultado ficou claro: a cautela não foi eleita como prioridade – e, com covid-19 na praça e hospitais enchendo-se de novo, os abraços nos eleitores, as conversas sem máscara, as palestras em salas fechadas, aglomerações e celulares de mão em mão invadiram no dia a dia a rotina dos candidatos.

Líder nas pesquisas de intenção de voto com 32% (segundo o Datafolha), e já escolado há tempos pelos cuidados com sua saúde, o prefeito Bruno Covas (PSDB) participou nos últimos dias de eventos em locais fechados e com grande número de apoiadores, enquanto seus cabos eleitorais promoviam caminhadas por pontos da cidade que atraíram levas de militantes. Guilherme Boulos (PSOL), criticado no início da campanha por um grande comício no Largo da Batata, orientou apoiadores a não convocar militantes para novos eventos, mas não conseguiu impedir as cenas de gente em volta, para conversar, fazer pedidos e tirar fotos.

A campanha de Jilmar Tatto (PT) não provocou até agora nenhuma aglomeração. Na direção oposta, a equipe de Márcio França (PSB) desistiu de impedir as aglomerações – e Celso Russomanno (Republicanos) falou em salões fechados sem máscara e exibiu vídeos com janelas fechadas.

“A gente pede que todos usem máscara e álcool em gel, mas é difícil evitar o calor humano. As pessoas querem foto com o candidato”, afirmou o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo. Os tucanos organizaram atos de rua nos 58 diretórios zonais da legenda, com os cabos eleitorais distribuindo o bom e velho santinho de papel. Covas participou de algumas nos últimos dias de campanha, cercado por eleitores nas caminhadas. Na terça-feira passada, por exemplo, esteve em dois eventos, um em Pinheiros e outro em Sapopemba, cercado de gente e fazendo selfies. Ele não tirou a máscara, mas os eleitores não a puseram.

Questionado sobre esses atos, num momento em que os hospitais privados registram aumento de internações por causa do coronavírus, Covas desconversou: “A gente tem evitado ao máximo as aglomerações. Temos respeitado o distanciamento social e feito eventos fechados com pessoas sentadas”. Uma das 15 caminhadas feitas pelo PSDB registrou, com ajuda de um drone, 1.800 pessoas que circularam na área entre a Praça da República e o Theatro Municipal.

Em 30 de outubro, um dia de chuva, Celso Russomanno e o vereador Zé Turin, ambos do Republicanos, foram falar com lideranças locais em Jardim São Luís, na zona sul da cidade. Ambos tiraram as máscaras para falar a um público de ao menos 80 pessoas sentadas lado a lado, em ambiente com uma só janela.

Descuidos como esse se repetiram dia 3 de novembro. Num evento na Associação Paulista de Imprensa (API), Russomanno falou a uma plateia com as janelas cobertas com cortinas – para que se exibisse um vídeo institucional. O evento durou cerca de 60 minutos.

Já no caso do ex-governador Márcio França, aglomerações têm sido a regra. Na sua agenda foram comuns os eventos com muitas pessoas, devidamente fotografados e divulgados pela campanha. “A nossa campanha tem carreatas. É o que dá para fazer. Espero que não tenha aglomeração, mas você não consegue controlar todo mundo”, defendeu-se.

Boulos, do PSOL, escaldado com o episódio no Largo da Batata, prometeu não repetir, mas não teve êxito. “Vocês têm acompanhado o nosso esforço. Mas alguém te pede um abraço, você vai fazer o quê?”

Uma das preocupações, dele e do partido, é com a vice Luiza Erundina e seus 85 anos de idade. No início, ela evitava sair, e falava num celular que Boulos grudava em um microfone para o público. Depois, acoplaram uma casinha de acrílico à traseira de uma picape – e assim ela foi rodar a periferia pedindo votos.

Estadão 

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