Covas chama apoiador de Boulos para discutir racismo

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Foto: Taba Benedicto/Estadão

Apoiador de Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno da disputa em São Paulo, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) se viu numa saia justa esta semana, ao ser convidado pelo candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), para discutir a pauta antirracista na Prefeitura semana que vem. A reunião voltou a ser citada nesta quinta-feira pelo prefeito durante a sabatina da Rádio Eldorado. Covas passou a defender uma proposta de Orlando, a cassação do alvará de funcionamento os estabelecimentos que registrem casos de racismo de forma reincidente. O tema ganhou mais relevância após o assassinado de João Alberto Freitas, asfixiado e espancado até a morte por dois seguranças brancos, no último dia 19, véspera do Dia da Consciência Negra, em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre.

“É muito importante enfrentar o racismo estrutural, é uma pauta que deve reunir todos aqueles que são antirracistas”, afirmou Orlando ao Estadão, quando questionado se vai à reunião na Prefeitura. “Não é um problema de um partido, de um candidato ou de um campo político”, reiterou. “Ele (Covas) é prefeito da cidade até 31 de dezembro. Se ele tiver disposição de fato de adotar alguma medida prática, não é uma coisa ruim.” No Twitter, onde Covas e Orlando trocaram mensagens públicas sobre o tema, o deputado não disse explicitamente que participará do encontro.

“Ainda não vi minhas mídias sociais para ver se ele respondeu, mas essa (ideia da cassação do alvará de funcionamento) é uma boa iniciativa. Vamos apoiar. Espero que ele possa estar comigo na Prefeitura semana que vem”, disse o tucano nesta quinta, após uma carreata em Santana, na zona norte da cidade.

 

Em sabatina ao Estadão, ainda em 3 de novembro, Orlando havia explicado que sua ideia é responsabilizar os donos de estabelecimentos que não treinarem seus seguranças adequadamente para evitar casos de racismo, dificultando que os proprietários possam alegar que a culpa, em casos de violência praticada contra pessoas negras, seria de terceiros.

Também no mês de novembro e ainda antes da morte de João Alberto, Orlando apresentou na Câmara dos Deputados um projeto para fazer com que o “fornecedor de produtos e serviços”, responda por “atos de racismo ou discriminação por conta de orientação sexual, condição financeira, origem, ou de qualquer forma discriminatórios praticados em seu estabelecimento”. O texto proposto pelo parlamentar ainda obriga os prestadores de serviços a capacitar seus funcionários “para não praticarem atos racistas ou equiparados”.

Após a morte de João Alberto, o projeto passou a tramitar em regime de urgência. Orlando também é autor de outras propostas, de anos anteriores, que tentam emplacar medidas de combate ao racismo estrutural.

A pauta antirracista demanda de seus seguidores – inclusive brancos – um esforço ativo e contínuo de combate a todas as manifestações de racismo, das menos às mais óbvias. Os proponentes da ideia defendem que não basta que pessoas de etnia branca não sejam racistas, é preciso que elas ativamente se oponham à descriminação.

Perguntado sobre a urgência do tema e sobre frequentes pedidos para que pessoas negras tenham calma ao fazer as suas reivindicações em torno do assunto, Orlando – conhecido pelo perfil de parlamentar conciliador – afirmou: “Não nos peça paciência. Não da para pedir paciência de quem sofre o que sofre no dia a dia, sabe? Tem pressa quem quer romper com o racismo estrutural no Brasil. É muito duro você viver a violência policial, é muito duro você sofre com o desemprego. São muitos fatores que precisam ser enfrentados para ontem. Não é para quando der. Nós já tivemos paciência demais”.

Estadão 

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